Design têxtil: a remodelagem do motivo Paisley na criação de xales para moda feminina
Resumo
Partindo do pressuposto que o homem sempre criou objetos com o intuito de
estilizar seu cotidiano, instituindo assim sua cultura material, a qual está composta,
entre outros elementos, também por seus têxteis que servem tanto para recobrir e
proteger seu corpo, quanto como diferenciação cultural e social, esta pesquisa teve
por objetivo principal remodelar o motivo conhecido por Paisley e a partir disso, criar
xales para moda feminina, congruentes com o mercado do design têxtil atual. Há
inúmeras teorias para a verdadeira origem e significação do motivo proposto, porém
o que se sabe é que ele foi trazido da Índia pelos soldados britânicos que voltavam
das guerras no oriente durante a Revolução Industrial no século XIX e presenteavam
suas mulheres com longos xales de lã da Cachemira, onde tal formato era tecido.
Desde então, o motivo Paisley fora utilizado na ornamentação das mais variadas
superfícies e especialmente na contemporaneidade, momento que favorece
múltiplas e diversas apropriações e (re)visitações culturais no design, na moda e nas
mais variadas produções visuais, o mesmo apresenta-se de diversos modos e ainda
com grande aceitação. O processo criativo desta investigação, pautado no
entrecruzamento das metodologias propostas por Mike Baxter (2000) - Ferramenta
‘Painel Visual’ - e por Luiz Vidal Negreiros Gomes (2001) – Passos para o Processo
Criativo – fundamentaram o percurso inventivo da coleção de xales, a qual se divide,
de acordo com características específicas, em três linhas distintas, porém que se
complementam entre si. A primeira, com base na manga (referencial utilizado para a
criação do motivo Paisley pela cultura indiana), constitui a linha de verão Paisley
Mangífera, a segunda, baseada na pinha (referencial utilizado para a criação do
motivo Paisley pela cultura escocesa), constitui a linha de inverno Paisley Araucária
e a terceira, nomeada Paisley Origem, a qual não tem estação de uso específica e
baseia-se no desenho resultante da hibridação de ambos os referenciais. Considerase
que tal pesquisa alcançou bons resultados, apresentando tanto um desenho para
estampagem quanto um conjunto de xales bastante diferenciados do que se
encontra atualmente.