Efeito do treinamento diário de ciclistas – sob regime de dieta mista normal isocalórica – sobre variáveis fisiológicas e de performance
Resumo
Este estudo teve por finalidade determinar o comportamento de variáveis fisiológicas e de
performance de ciclistas submetidos a 5 dias treino com dieta mista normal isocalórica. Foram
avaliados 3 ciclistas de montain bike de nível estadual com média de idade de 20 (2) anos,
massa corporal de 75,3 (3,6) kg, estatura de 1,82 (0,09) m e VO2 máx de 4,75 (0,48) l/min. Foi
fornecida uma dieta normal mista isocalórica (60% CHO, 25% gorduras, 15% proteínas), nos 6
dias em que os indivíduos realizaram os treinos. Os procedimentos adotados foram:
determinação da taxa metabólica de repouso, teste progressivo máximo (TPM) pré-teste (carga
inicial de 100 W, acrescidos de 16,7 W a cada minuto, até exaustão voluntária máxima), 5
sessões de treinamento com intensidade de 80% do VO2 máx, teste progressivo máximo pósteste
(idem ao pré-teste). As variáveis analisadas foram VO2 (l/min), FC (bpm), quociente
respiratório, lactato (mmol) e potência produzida (W). Foi utilizada a estatística descritiva para
as variáveis de caracterização da amostra e escores encontrados para VO2, RQ, lactato, FC e
potência, tanto para as sessões de treino quanto para os TPM, sendo analisadas a média e
desvio-padrão de cada variável para cada minuto. Todas as variáveis analisadas durante as
sessões de treino foram comparadas, minuto a minuto através da estatística não-paramétrica,
utilizando o teste de Kruskall – Wallis, assumindo um nível de significância igual a 0,05, através
do software STATISTICA 6.0. O teste de Wilcoxon foi utilizado para comparar os valores de
pré e pós-teste, entretanto, esta comparação foi feita somente entre as cargas completadas
pelos 3 ciclistas em ambas as situações, e entre os valores máximos. Os resultados
encontrados para as variáveis estudadas durante as sessões de treino não diferiram
significativamente durante a semana, no entanto quando analisados os valores dos TPM, nas
situações de pré e pós-teste, observou-se uma redução na produção de potência (máxima e
submáxima), nos demais valores máximos não foram encontrados diferenças estatisticamente
significativas. O lactato sanguíneo foi maior no pós-teste (p<0,05). Conclui-se que para o grupo
estudado a utilização de uma dieta normal isocalórica foi suficiente quando o objetivo é manter
os estoques de glicogênio muscular, no entanto outros fatores como intensidade, freqüência e
duração das sessões de treino devem ser investigados, buscando melhor compreender os
fenômenos que seriam responsáveis pela queda na potência máxima.
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