Imagens de controle no funcionamento discursivo das formações imaginárias: análise de uma exposição de racismo no Twitter
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Data
2023-04-27Primeiro membro da banca
Soares, Thiago Barbosa
Segundo membro da banca
Medeiros, Caciane Souza de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Por meio da análise de um fio de tweets e dos comentários que surgem a partir dele,
este trabalho tem como objetivo compreender como as relações raciais podem estar
representadas no funcionamento discursivo das formações imaginárias. O fio de
tweets é feito pela podcaster Déia Freitas, do podcast Não Inviabilize, e faz uma
exposição de racismo na rede social digital Twitter. A exposição diz respeito à reação
de seus ouvintes que, após encontrarem a publicação de fotos do seu rosto em
reportagem feita pelo blog Trinta e Seis: Quarenzine, mostraram surpresa ao
constatarem que a podcaster é uma mulher negra. Para compreendermos como as
relações raciais podem estar representadas no funcionamento das formações
imaginárias, propomos um olhar discursivo sobre as noções de imagens de controle
(GONZALEZ, 2018; COLLINS, 2019) e de outsider (LORDE, 2020), além de uma
reflexão a respeito de antecipações baseadas na voz e na fala (SOARES, 2019;
SOARES; PIOVEZANI, 2019; SOARES; BOUCHER, 2020). Partindo do pressuposto
de que o discurso é definido como efeito de sentidos entre A e B e que os processos
discursivos funcionam a partir de uma série de formações imaginárias entre essas
posições (PÊCHEUX, 2014), analisamos os tweets que compõem o corpus de análise
buscando compreender como antecipações a respeito da voz e da fala e as imagens
de controle operam no jogo discursivo entre A (podcaster) e B (ouvintes). As
condições de produção deste trabalho levam em consideração a circulação do corpus
no espaço digital (DIAS, 2018; 2021), abordando a constituição, a formulação e a
circulação (ORLANDI, 2009) dos processos discursivos nas redes sociais digitais
Twitter, Instagram e nos podcasts. A partir da tomada discursiva da noção de imagens
de controle e da análise de antecipações feitas com base na voz e na fala por parte
os ouvintes, observamos que o “bem falar” pode ser compreendido como um traço
associado historicamente a sujeitos brancos, representando, no discurso, a estrutura
colonizadora e racista da formação social brasileira.
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