Ancestralidade e memória nas escrevivências de Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo: o elo entre passado e presente nas narrativas
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Fecha
2023-03-28Primeiro membro da banca
Silva, Ana Lúcia da
Segundo membro da banca
Porto, Luana Teixeira
Terceiro membro da banca
Fernandez, Raffaella Andrea
Quarto membro da banca
Cardoso, Rosane Maria
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo são as vozes de seus antepassados,
são as representações escritas e faladas de um povo que sempre teve sua história,
suas vivências, suas trajetórias e suas culturas invisibilizadas, devido à predominância
dos paradigmas ocidental e eurocêntrico nas narrativas. Os escritos dessas autoras
são os registros de vidas, de um lado, temos Carolina, com toda sua vivência,
sabedoria de vida, coragem e audácia, explanando suas experiências diante de uma
sociedade discriminatória e racista. De outro, temos Conceição, com suas
escrevivências, uma escutadeira, como ela mesma menciona em suas falas, uma
mulher que ascendeu a partir do momento em que escolheu ressignificar o sentido
das palavras, resolveu dar continuidade ao percurso iniciado por Carolina: apresentar
enquanto protagonistas os que são/foram reduzidos ao quarto de despejo. Para poder
explanar sobre as escrevivências do povo negro, ambas as autoras recorrem a
mecanismos, como as lembranças e os registros escritos e falados, de sua autoria ou
de outrem, para contar a discriminação, o preconceito, as dores, as violências e o
autoritarismo que esse povo enfrentou. Assim, o objetivo desta pesquisa é identificar
quais os lugares de memória e o quanto a ancestralidade se faz presente na
construção das narrativas Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina
Maria de Jesus, e Becos da Memória, de Conceição Evaristo. Além disso,
pretendemos identificar como os elos entre o passado e o presente podem
ressignificar a história do povo negro, a partir das exposições realizadas por meio das
memórias das autoras/narradoras. Ainda, objetivamos estabelecer relações entre as
obras, mesmo uma se tratando de autobiografia e outra de ficção, pois muito já foi
escrito sobre Conceição basear-se nas trajetórias de Carolina para escrever suas
narrativas e sobre ter Carolina como fonte de inspiração na vida e na escrita.
Metodologicamente, partimos da pesquisa bibliográfica e, na sequência, analisamos
excertos das narrativas que identificam os lugares de memória e como estes
influenciaram na representação sobre o passado e o presente dentro do corpus
selecionado. Não obstante, esta tese pretende demonstrar como a Literatura Negra
de autoria feminina relata um legado do povo negro, por intermédio das
“escrevivências” de duas mulheres negras, as quais romperam com a barreira do prédeterminado
e estabelecem em suas escrituras o diálogo interseccional para falar
sobre gênero, raça e classe, temas tão importantes no Brasil contemporâneo.
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