“Antes era só ler, hoje em dia é ler e comentar”: leituras compartilhadas pela internet nos clubes Leia Mulheres
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Data
2022-04-04Primeiro membro da banca
Travancas, Isabel Siqueira
Segundo membro da banca
Depexe, Sandra Dalcul
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Delimita-se como tema desta dissertação o estudo das práticas de leitura compartilhada e usos sociais das mídias por leitoras integrantes dos clubes Leia Mulheres, iniciativa brasileira que propõe o reconhecimento de escritoras por meio da leitura coletiva de suas obras. A questão central, intitulada “Como se configuram as mutações culturais e comunicacionais em leituras compartilhadas pela internet?”, possibilita investigar as práticas de leitura compartilhada em encontros online dos clubes Leia Mulheres, a partir das mediações narrativas, identidades, tecnicidades, ritualidades e sociabilidades, sendo este o objetivo geral do trabalho. Tomamos como objetivos específicos: a) observar as práticas de leitura compartilhada em encontros online de cinco clubes pertencentes ao projeto Leia Mulheres no país; b) entender a importância do clube de leitura para as mediadoras e leitoras participantes; c) analisar os usos dos livros e da internet pelas integrantes do projeto Leia Mulheres a partir das cinco mediações já citadas. A pesquisa, de caráter qualitativo, fundamenta-se nos estudos culturais, especialmente na abordagem teórico-metodológica das mediações de Jesús Martín-Barbero (2018). Metodologicamente, realizamos um estudo etnográfico na internet, organizado em três momentos. Em 2020, aplicamos questionários online com 52 mediadoras de leitura integrantes do projeto Leia Mulheres. Na segunda etapa, de março a agosto de 2021, realizamos observação participante em três encontros dos Leia Mulheres de Marechal Deodoro (AL), Belém (PA), Mauá (SP), Sinop (MT) e Caxias do Sul (RS), totalizando quinze reuniões. Por último, em novembro de 2021 entrevistamos cinco leitoras desses grupos para aprofundarmos nossa análise. Como resultados, identificamos que a organização do Leia Mulheres perpassa pelas mediações das tecnicidades, no que se refere aos usos da internet pelos clubes com produção e compartilhamento de conteúdo, nos encontros online mediados por aplicativos de mensagens, plataformas de reuniões e por redes sociais; ritualidades, por meio dos hábitos individuais de leitura, escolha dos livros, organização e repetição dos encontros; sociabilidades, através do compartilhamento de leituras, criação de vínculos e o impacto da pandemia nas relações sociais; narrativas, diante dos relatos pessoais e coletivos motivados pelos livros enquanto produtos midiáticos; e identidades, a partir do reconhecimento de si e das autoras mulheres, do projeto literário feminista e do clube como espaço de pertencimento e resistência.
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