Indicadores de risco associados à presença e severidade da periodontite apical em uma população rural do sul do Brasil
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Date
2023-06-12Primeiro coorientador
Moreira, Carlos Heitor Cunha
Primeiro membro da banca
Souza, Daniela Martins de
Segundo membro da banca
Franciscatto, Gisele Jung
Terceiro membro da banca
Gomes, Maximiliano Schünke
Quarto membro da banca
Knorst, Jessica Klöckner
Metadata
Show full item recordAbstract
As doenças bucais são as doenças não transmissíveis mais prevalentes, estando presentes em
45% da população mundial. Dentre as doenças bucais não-transmissíveis encontramos a
Periodontite Apical (PA), uma condição inflamatória dos tecidos periapicais causada por uma
infecção microbiana no sistema de canais radiculares. A prevalência de PA tem sido associada
a determinadas doenças sistêmicas, assim como ao tabagismo, e também a variáveis
sociodemográficas e econômicas. Diante disso, o objetivo no primeiro estudo foi avaliar a
associação de variáveis médicas e comportamentais com a presença de PA e no segundo estudo
foi avaliar a associação de variáveis sociodemográficas e econômicas com a presença de PA,
ambos em uma população rural representativa. Foram conduzidos dois estudos transversais,
utilizando uma amostra de indivíduos com idades entre 18 e 93 anos a partir de um
levantamento epidemiológico de base populacional realizado na zona rural da cidade de Rosário
do Sul, RS, Brasil, entre março de 2015 a maio de 2016. Os dados sociodemográficos,
econômicos, médicos e comportamentais foram coletados por meio de questionários
estruturados. A PA foi mensurada a partir da avaliação e classificação de radiografias
periapicais pelo índice “The Periapical Index”, e após a PA foi classificada como uma variável
dicotômica (presença ou ausência). A renda familiar foi padronizada em termos de saláriosmínimos. Em ambos os estudos transversais foram realizadas análises de regressão logística
ajustada para identificar as variáveis associadas com a PA. A amostra incluiu 540 indivíduos,
com média de idade de 47,3 anos, 50,2% eram homens, sendo que 60,4% apresentaram PA. No
primeiro estudo a presença de PA foi associada independentemente com idade (odds ratio [OR]
= 1.018, intervalo de confiança [IC] 95%: 1.001-1.035, p = 0.041), tabagismo ativo ou extabagismo (OR = 2.109, 95% IC: 1.256-3.540, p = 0.005) e diabetes melittus (DM) ou prédiabetes (OR = 1.696, 95% IC: 1.164-2.471, p = 0.006). No segundo estudo a presença de PA
foi associada com idade (odds ratio [OR] = 1.029, intervalo de confiança [IC] 95%: 1.013-
1.046, p < 0.001), cor de pele não branca (OR, 1.497; 95% IC, 1.019-2.197; p = 0.040) e renda
familiar < 1 salário-mínimo (OR, 2.330; 95% IC, 1.570-4.693; p = 0.018). No primeiro estudo
foi encontrado associação entre indivíduos com maior idade, que eram pré-diabéticos ou
diabéticos e tabagistas ou ex-tabagistas com a presença PA. No segundo estudo evidenciou-se
que indivíduos com maior idade, de cor de pele não branca e menor renda familiar tiveram
maior chance de apresentar PA. Estes achados destacam a importância de implementar
estratégias preventivas e terapêuticas direcionadas a esses grupos de alto risco, visando reduzir
a incidência e gravidade da PA e diminuir as disparidades em saúde bucal.
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