O efeito dos gastos públicos nos óbitos por doenças crônicas não transmissíveis
Resumo
Este estudo apresenta uma investigação sobre a existência de autocorrelação espacial dos
óbitos por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e estima os efeitos dos gastos
públicos em saúde e educação nessas enfermidades no Brasil entre os anos de 2013 e 2019.
Para isso, foram utilizados os dados do DataSUS, do Sistema de Informações Contábeis e
Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi) e do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Os resultados revelam uma redução na taxa de óbitos por DCNT no país,
porém existem disparidades regionais, com destaque para as Regiões Norte e Nordeste, onde
ocorreu um aumento nos óbitos por DCNT durante o período analisado. Os modelos
desenvolvidos indicam uma relação positiva e significativa entre os gastos públicos em saúde
e educação e a taxa de mortalidade por DCNT. Essa relação, aparentemente contraintuitiva,
pode ser atribuída a fatores como diagnóstico tardio ou alocação ineficaz de recursos. Além
disso, a análise revela a presença de autocorrelação espacial, indicando que os óbitos por
DCNT em um município podem afetar as taxas em cidades vizinhas. Esse efeito de
transbordamento ressalta a necessidade de considerar as interações espaciais na formulação de
políticas de saúde.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: