Características de deglutição e nutricionais de indivíduos póscovid-19
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Data
2023-03-31Primeiro coorientador
Bastilha, Gabriele Rodrigues
Primeiro membro da banca
Dornelles, Silvia
Segundo membro da banca
Stella, Angela Ruviaro Busanello
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Objetivo: Caracterizar a deglutição por instrumentos de avaliação clínica, objetiva e rastreio
para disfagia orofaríngea, verificar a prevalência da disfagia orofaríngea e relacionar as
variáveis estado nutricional, escores de estimativa de vida e tempo de internação, por sexo.
Métodos: Estudo transversal, e observacional, realizado no ambulatório pós-COVID-19 de
um Hospital Universitário da região central do RS, no período de agosto/2021 a julho/2022.
Avaliados 50 indivíduos, pós internação hospitalar por COVID-19. Destes, 23 eram mulheres
e 27 homens. Foram excluídos os indivíduos menores de 18 anos, com alteração laríngea,
com comprometimentos neurológicos, psiquiátricos ou gástricos prévios à COVID-19, e com
traqueostomia. Todos os elegíveis foram submetidos às avaliações: Mini Exame do Estado
Mental, Eating Assessment Tool -10, Protocolo Fonoaudiológico de Avaliação do Risco para
Disfagia, Volume–Viscosity Swallowing Test, Videoendoscopia da Deglutição, avaliação
nutricional pela impedância bioelétrica, força de preensão palmar, índice de massa corporal e
Mini Avaliação Nutricional. A estimativa de vida ajustada para idade foi calculada pelo
instrumento Índice de Comorbidade de Charlson corrigido para idade. Dados adicionais foram
coletados, como comorbidades, sexo, , necessidade de suporte ventilatório, tempo de
internação e o intervalo de tempo entre alta hospitalar e a primeira avaliação da deglutição.
Resultados: O tempo médio de avaliação após a alta hospitalar foi, na maioria dos casos,
superior a seis meses. A média geral de idade foi de 54,28 anos, e os homens eram
ligeiramente mais velhos (57,96 anos) quando comparados com as mulheres (49,95 anos).
Ao analisar o risco para disfagia, por sexo, pode-se observar que as mulheres apresentaram
47,80% risco pelo Eating Assessment Tool -10; 73,90% pelo Volume–Viscosity Swallowing
Test; na Videoendoscopia da Deglutição 56,50% apresentaram deglutição funcional e 34,80%
disfagia e pelo Protocolo Fonoaudiológico de Avaliação do Risco para Disfagia 60,9%
deglutição funcional. Enquanto que nos homens, o risco para disfagia no Eating Assessment
Tool -10 foi de 7,40%, 77,80% no Volume–Viscosity Swallowing Test, 33,30% apresentaram
disfagia na Videoendoscopia da Deglutição e 3,7% disfagia leve pelo Protocolo
Fonoaudiológico de Avaliação do Risco para Disfagia. As mulheres (33,09±5,98)
apresentaram índice de obesidade ligeiramente maior que os homens (31,49±4,62), menor
mediana de peso perdido no período da internação foi observado nas mulheres 6 (0 – 30)
comparado com os homens 12 (0 – 45), e ambos os sexos estavam com risco de desnutrição.
O risco de sarcopenia foi observado em 48% da amostra. Quanto à estimativa de vida pelo
Índice de Comorbidade de Charlson corrigido para idade, observou-se uma média de 77,36%.
Conclusão: A população estudada apresentou prevalência relativamente importante de
alterações de deglutição, constatadas através da avaliação clínica e, principalmente, objetiva,
sem diferença por sexo, exceto no protocolo de rastreio (Eating Assessment Tool -10), no qual
a população feminina percebeu e expressou suas alterações de deglutição em maior
proporção com relação aos homens. Os participantes do estudo pertenciam à primeira e
segunda onda da doença, onde o tempo médio de avaliação após a alta hospitalar foi na
maioria dos casos superior a seis meses.
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