A expressão de elementos geográficos na formação e evolução do município de Santa Maria/RS: das práticas geopolíticas ibéricas no século XVII à qualificação de capital regional no século XXI
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Data
2023-08-24Primeiro membro da banca
Castro, José Flávio Morais
Segundo membro da banca
Flôres, João Rodolpho Amaral
Terceiro membro da banca
Zampieri, Fábio Lúcio Lopes
Quarto membro da banca
Breunig, Fábio Marcelo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A ocupação da região central do Rio Grande do Sul por portugueses e espanhóis provocou disputas pela posse da terra e aproximou as nações ibéricas dos povos originários no século XVII. O primeiro contato entre ibéricos e nativos ocorreu em 1626. Os jesuítas espanhóis vieram para catequizar os indígenas e doutriná-los ao trabalho. Naquele período construíram 18 reduções no Estado. Na região de Santa Maria os missionários ergueram o aldeamento de São Cosme e Damião em 1632. Os bandeirantes portugueses destruíram as reduções do primeiro ciclo jesuítico e expulsaram os missionários em 1637. Os padres espanhóis deixaram como legado a introdução do gado no Estado. O rebanho se multiplicou de forma natural durante 45 anos e impulsionou uma nova atividade econômica nas colônias ibéricas. Em 1680 os portugueses navegaram até o estuário do Prata e construíram a Colônia do Sacramento. Em 1682 a coroa espanhola ordenou o retorno dos jesuítas à região noroeste ao Rio Grande do Sul e a construção dos Sete Povos das Missões. O conflito entre as coroas ibéricas intensificou a movimentação de tropas e cargas no centro do Estado, um dos principais itinerários terrestres entre os núcleos coloniais. A passagem da Boca do Monte formada pela convergência da Coxilha Grande com o rebordo do planalto era a única rota na região para transposição do desnível entre a Depressão Central e o Planalto Meridional. No século XVIII o Tratado de Madrid (1750) e o Tratado de Santo Ildefonso (1777) foram assinados para atenuar as disputas e realizar a demarcação dos limites coloniais. O Tratado de Madrid fracassou após a contraposição dos indígenas aldeados. O Tratado de Santo Ildefonso teve as atividades interrompidas em 1797 devido a divergências nas demarcações. A subcomissão portuguesa abandonou a demarcação e acampou no Rincão de Santa Maria. No início do século XIX os portugueses conquistaram as Missões e avançaram a fronteira até a margem esquerda do Rio Uruguai. O aumento na segurança na região central atraiu moradores para o Rincão de Santa Maria. Em sete décadas a localidade deixou de ser Capela e se transformou em Cidade. Ao final do século XIX as ferrovias transformaram Santa Maria no maior complexo ferroviário do Rio Grande do Sul. Na metade do século XX o transporte ferroviário entrou em decadência e foi gradualmente substituído pelo transporte rodoviário. A partir de 1950 o município recebeu Organizações Institucionais das áreas de educação, saúde e defesa. Santa Maria atraiu novos moradores e a cidade se transformou em centro regional e referência na prestação de serviços. A metodologia adotada seguiu o processo descritivo do ordenamento temporal do espaço geográfico e aliou cartografia histórica e geoprocessamento. A pesquisa analisou a expressão da geografia na formação e urbanização de Santa Maria desde as ações geopolíticas ibéricas no século XVII até a consolidação como capital regional no século XXI. A investigação identificou que a estrutura do relevo e hidrografia foram determinantes à ocupação da região central do Estado no século XVII e catalisaram o município a formação e evolução de Santa Maria.
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