Prescrição de fármacos inapropriados em idosos hospitalizados: análise da mortalidade e sobrevida
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Data
2023-09-29Primeiro membro da banca
Azolin, Verônica Farina
Segundo membro da banca
Lemos, Luiz Fernando Cuozzo
Terceiro membro da banca
Schwanke , Carla Helena Augustin
Quarto membro da banca
Barbisan, Fernanda
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução: Idosos (>60 anos) têm alta prevalência de doenças crônicas nãotransmissíveis (DCNTs), muitas vezes manejadas através do uso diário de quatro ou
mais fármacos (polifarmácia). Ainda, podem apresentar alterações biogerontológicas
que afetam a farmacodinâmica e farmacocinética dos fármacos. Estas situações
aumentam o risco de efeitos adversos (em especial síndromes geriátricas),
hospitalização, institucionalização e morte. Desta forma, diversos fármacos são
considerados “medicamentos potencialmente inapropriados” (MPIs) para idosos, e
estes são prescritos diariamente na rotina de idosos. Entretanto, o impacto do uso
destes fármacos quando utilizados previamente a hospitalização, ainda precisa ser
esclarecido. Objetivo: Investigar o perfil de internação e identificar o impacto do uso
prévio de fármacos inapropriados a internação na mortalidade intra-hospitalar de
idosos. Metodologia: Dois estudos complementares serão conduzidos. Estudo 1:
Buscou avaliar o perfil de idosos na admissão, evolução hospitalar e desfecho, como
também verificar a associação do perfil da admissão com o desfecho da internação.
Foi conduzido um estudo de coorte prospectiva. As variáveis analisadas da admissão
hospitalar foram o perfil sociodemográfico e perfil clínico-funcional, já as variáveis da
evolução, o tempo de internação hospitalar e complicações, e, como desfecho, a alta
hospitalar ou o óbito. Estudo 2: aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEPUFSM, CAEE 48212915.50000.5346). Envolveu uma investigação epidemiológica,
prospectiva observacional em idosos que procuraram atendimento de emergência e
foram hospitalizados por diversas causas. A obtenção dos dados, foi realizada por
entrevista estruturada que incluiu instrumentos relacionados a indicadores
socioeconômicos, culturais, estilo de vida, saúde e uso prévio diário de MPIs e outros
fármacos. A avaliação da sobrevivência foi feita até 30 dias após a alta hospitalar.
Informações da evolução clínica de síndromes geriátricas e de sobrevivência foram
obtidas via prontuários. Os fármacos foram farmacologicamente categorizados
segundo a sua atuação nos sistemas: nervoso, cardiovascular, digestório, endócrino
e ósteo-muscular. Os idosos foram então agrupados como usuários de MPISs e não
usuários (controle). A evolução de complicações geriátricas e a sobrevivência dos
idosos foram estatisticamente analisadas por testes univariados e pela regressão
multivariada de Cox. Resultados: No estudo 1, foram avaliados 493 idosos, com
maioria de idosos jovens, que moravam sozinhos, admitidos no hospital devido a
neoplasia. Houve associação positiva do óbito com a idade, Delirium, índice de
Comorbidades de Charlson, Índice de risco sênior, Fragilidade e valores da
circunferência de panturrilha. Verificou-se que a população idosa que ingressa em
emergência hospitalar apresenta multimorbidades, declínios funcionais, fragilidade e
maior exposição a eventos adversos durante a internação, entre eles o óbito. No
estudo 2, foram avaliados 318 pacientes com idade ≥ 65 anos. Os medicamentos que
possuíam prescrição por esses pacientes foram registrados e o uso de MPIsph(Medicamentos potencialmente inapropriados prévios a internação) foi identificado
pela análise brasileira baseada em consenso de uso de MPIs. O impacto do uso de MPIs-ph na sobrevida de idosos hospitalizados foi determinado por meio da análise
multivariada de regressão de Cox. Conclusões: O perfil clínico funcional, assim como
de prescrições farmacológicas devem ser analisados na construção dos planos de
cuidados dos idosos que ingressam nas emergências, visto que diversas são as
variáveis que interferem nos desfechos destes.
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