Avaliação de marcadores inflamatórios e sua relação com sequelas cognitivas e psicológicas prolongadas autorrelatadas por pessoas idosas pós infecção por SARS-CoV-2
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Data
2023-10-04Primeiro coorientador
Barbisan, Fernanda
Primeiro membro da banca
Machado, Alencar Kolinski
Segundo membro da banca
Brito, Kennya Márcia dos Santos Mota
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Mostrar registro completoResumo
A Pandemia da COVID-19 que afetou todo o mundo, e o Brasil foi o quarto país mais atingido, sendo os Estados do Norte e Nordeste os mais afetados do país. Nesse contexto, as pessoas idosas rapidamente foram classificadas como o grupo etário mais suscetível a esta condição, pois apresentam um sistema imune senescente e com maior chance de apresentar doenças crônicas principalmente relacionadas a processos inflamatórios crônicos. Embora o distanciamento social tenha sido um mecanismo preventivo essencial, ele promove sentimentos de solidão, influenciando o aparecimento ou aumentando a vulnerabilidade daqueles que já apresentam transtorno(s) psiquiátrico(s). Tal pandemia, nos últimos três anos suscitou preocupações mesmo após a sua conclusão, pois apesar da maioria dos pacientes terem se recuperado totalmente, alguns ficaram com efeitos a longo prazo, chamados de COVID longa, principalmente entre as pessoas idosas. Esses indivíduos vivenciam sequelas funcionais e de saúde mental. E a inflamação é um ponto de convergência entre doenças virais e o desencadeamento ou aceleração de transtornos de humor, depressivos e cognitivos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre sequelas cognitivas e psicológicas em idosos e a associação com marcadores inflamatórios. O Método utilizado foi um estudo prospectivo longitudinal com amostra oportunista de 62 participantes com 60 anos ou mais, acompanhados por seis meses. Foram considerados dois grupos: pessoas idosas que não foram acometidas pela COVID-19 (grupo controle) e aquelas que foram. Primeiramente, foi desenvolvida uma escala tipo Likert para autorrelato de sequelas cognitivas e psicológicas para avaliar essas pessoas idosas. Posteriormente, foram realizadas entrevistas para análise de fatores clínicos e sociodemográficos, aplicada a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e analisados os marcadores inflamatórios sanguíneos, como proteína C reativa e interleucinas IL1-β, TNF-α e IL-10. . Os resultados foram analisados estatisticamente por meio de comparações de médias utilizando o teste t de Student pareado para dados paramétricos e ANOVA unidirecional para dados não paramétricos, sendo p < 0,05 considerado estatisticamente significativo. Como resultados obitidos após a infecção, as pessoas idosas relataram sequelas persistentes, sendo as principais a perda de memória e alterações de humor, incluindo casos de ansiedade e tristeza, além de dificuldade para dormir. Tanto a memória auto-relatada quanto as sequelas de alteração do humor persistiram ao longo dos seis meses do estudo. Marcadores inflamatórios, incluindo PCR, IL-1β, TNF-α e IL-10, foram significativamente maiores no grupo infectado em comparação ao grupo controle (aquelas não infectadas), e esses níveis permaneceram elevados após seis meses no grupo infectado. Como conclusão este estudo destaca que as sequelas cognitivas e psicológicas causadas pela infecção por SARS-CoV-2 persistem nas pessoas idosas a longo prazo. Além disso, ficou evidente uma relação entre inflamação e distúrbios psicológicos e cognitivos, corroborando achados anteriores sobre outros vírus. No entanto, mais pesquisas são necessárias para melhor compreender as causas subjacentes e contribuir para o tratamento destas sequelas prolongadas.
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