Beco do Fanha: aspectos históricos e materiais de um beco de Porto Alegre, 1897-1924
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Data
2023-03-17Primeiro membro da banca
Mauch, Cláudia
Segundo membro da banca
Moreira, Paulo Roberto Staudt
Metadata
Mostrar registro completoResumo
No final do século XIX, poucos anos após a Abolição e a Proclamação da República, a cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, possuía uma estrutura urbana largamente herdada dos períodos colonial e imperial. Uma das características mais marcantes do seu primeiro distrito, a região da ponta da península, que atualmente compreende o Centro Histórico da cidade, era a existência de diversas pequenas vielas conhecidas como becos, que eram habitados por uma população diversa, majoritariamente trabalhadora e pobre. Esta pesquisa se concentra em uma daquelas antigas vias, hoje desaparecidas, conhecida popularmente à época como Beco do Fanha. Parte-se de uma simples constatação: no início do século XX, a despeito de as autoridades municipais afirmarem ser necessário focar em obras urbanas pontuais — melhoramentos —, o Beco do Fanha passou por grandes reformas, que envolveram desapropriações e demolições do antigo casario e alargamento da via. Seus habitantes foram, presume-se, obrigados a procurar novos locais para morar, e o espaço foi transformado, passando a ser ocupado por edifícios modernos como a sede do jornal governista A Federação. O objetivo da investigação é elencar características materiais e populacionais do beco, criando um retrato abrangente do espaço entre os anos de 1897 e 1924. O período foi selecionado por compreender o mandato do intendente José Montaury de Aguiar Leitão, responsável pelas obras, assim como por abranger o processo de transformação da via. O estudo está dividido em três capítulos principais, além de introdução e considerações finais. No primeiro capítulo, a partir de crônicas e plantas da cidade, foram investigados a formação e o desenvolvimento do beco. O segundo capítulo foca nas habitações e nas reformas, com auxílio de décimas urbanas e de reproduções visuais do Beco do Fanha. No terceiro capítulo, buscou-se conhecer seus habitantes; para essa tarefa, além de textos jornalísticos, foram consultados os livros de porta da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Concluiu-se que o Beco do Fanha, antes de ser uma etapa da evolução urbana da cidade, foi um espaço específico, que não sobreviveu às primeiras décadas de administração republicana.
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