Identificação e comportamento da feminização da pobreza no Brasil e no México (2000 – 2010)
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Data
2023-02-24Primeiro membro da banca
Gomes, Joséli Fiorin
Segundo membro da banca
Oliveira, Renata Peixoto de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A feminização da pobreza é comumente discutida em torno de uma comparação entre a pobreza
feminina e a pobreza masculina. No entanto, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) (2005) identificou esse comportamento como sobre-representação da pobreza. A
feminização da pobreza é identificada independentemente da variação masculina, pois diz
respeito ao aumento de mulheres nos índices de pobreza independente dos homens. Utilizando
do método comparativo, a presente pesquisa propõe-se a identificar a feminização da pobreza
e o seu comportamento entre os anos de 2000 e 2010 em dois fortes Estados latino-americanos:
Brasil e México. A hipótese apresentada é que houve feminização da pobreza nos dois países,
independentemente da diminuição da pobreza e que há, ao menos, sobre-representação (mais
mulheres pobres do que homens). As variáveis independentes desta pesquisa são: a
desigualdade de gênero, reflexo de uma estrutura política patriarcal; e o neoliberalismo, que
atua como cenário econômico e político dos Estados em análise. As variáveis intervenientes,
que atuam como agentes intensificadores do problema, são: o desemprego, porque constitui a
pior situação para a classe trabalhadora; a informalidade, pois a falta de direitos e o
condicionamento a trabalhos precários inviabiliza a saída da linha da pobreza; a “chefia” do lar,
pois as mulheres têm salários inferiores e realizam dupla jornada de trabalho, havendo, portanto,
desigualdades ao relacionar com os domicílios que têm a principal fonte renda advinda de um
homem; e cor/raça, devido à herança racista contra pessoas pretas e indígenas, somado ao
patriarcado, que marginaliza as mulheres, sobretudo pretas e indígenas. Por fim, a variável
dependente é a própria feminização da pobreza, porque é a condição encontrada. Considera-se
que, dentro de um cenário neoliberal, a desigualdade de gênero, atuando a partir do mercado de
trabalho, condiciona mais mulheres à pobreza. Na década de 2000, Brasil e México passaram
por um período de mudança política; no entanto, constituem uma mesma agenda: o
neoliberalismo. Diferencia-se o passo mais conservador do México, com a entrada de Felipe
Calderón no poder, e a guinada à esquerda, com o eleito Luiz Inácio Lula da Silva para a
presidência brasileira. A análise elaborada nesta pesquisa evidencia a existência da
desigualdade de gênero, a invisibilidade de dados com recorte de gênero/etnia e que a pobreza
afeta os homens em maior proporção. Com a finalidade de identificar a feminização da pobreza,
os agentes teóricos abordados são o gênero e a pobreza. A análise histórica da política e da
economia dos dois Estados é realizada a fim de representar o cenário no qual o comportamento
da feminização é analisado. Por fim, os dados empíricos analisados são das variáveis
intervenientes, consideradas agentes potencializadores do processo de feminização da pobreza.
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