Neurocriptococose em cães e gatos: aspectos anatomopatológicos e morfologia fúngica
Fecha
2023-12-15Primeiro membro da banca
Inkelmann, Maria Andréia
Segundo membro da banca
Ramos, Adriano Tony
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A criptococose é uma infecção fúngica que acomete comumente cães e gatos, manifestando-se
frequentemente com comprometimento neurológico. Este estudo teve como objetivo estudar as
características neuropatológicas da criptococose em nove gatos e dois cães que foram necropsiados no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), e por meio desses dados, elaborou-se o artigo científico que compõe esta dissertação.
A metodologia utilizada incluiu a revisão dos laudos de necropsia dos casos diagnosticados com
criptococose envolvendo o sistema nervoso, coletando dados como sexo, raça, idade, sinais
clínicos, localização das lesões, macroscopia e histologia. Foi feita a reavaliação histológica
(pela hematoxilina e eosina [HE] e Alzul alciano) para caracterização e localização das lesões,
morfologia do agente, carga fúngica, tipo e intensidade do infiltrado inflamatório, lesões no
parênquima nervoso e características morfológicas das leveduras. Critérios morfológicos fúngicos, como espessura da cápsula e da parede da levedura e frequência de brotamentos, foram
analisados em cada caso. Apenas seis casos apresentaram sinais neurológicos, sendo a cegueira
e a inclinação da cabeça os mais frequentes, além de outros sinais variados, como síncope,
sonolência e ataxia. Condições debilitantes e imunossupressoras foram detectadas em cinco
casos. Lesões macroscópicas no sistema nervoso central (SNC) foram encontradas em cinco
casos, apresentando-se como massas irregulares, friáveis, macias, gelatinosas e acinzentadas,
com bordas distintas. Nas seções analisadas, dentro da disponibilidade de blocos de parafina
para reavaliação, os achados histológicos revelaram que o córtex telencefálico foi o local mais
acometido do SNC, observado nos 11 casos. Essa região exibiu maior carga fúngica e menor
resposta inflamatória, em comparação com outras neurolocalizações. Entre as regiões corticais,
o córtex frontal foi envolvido em quatro casos, o córtex parietal em seis e o occipital em cinco.
O cerebelo também foi afetado em todos os casos, mas mostrou uma resposta inflamatória mais
branda e menor carga fúngica do que os córtices telencefálicos. Além disso, o envolvimento
pulmonar também foi observado em todos os casos. A intensidade inflamatória associada às
leveduras no SNC foi predominantemente leve a moderada, sendo acentuada apenas em dois
casos, e a carga fúngica foi mais frequentemente moderada ou acentuada, sendo leve em apenas
dois casos. A heterogeneidade observada na resposta inflamatória e carga fúngica revela a natureza complexa desta infecção. Outros tecidos nervosos afetados foram o nervo óptico e as
raízes nervosas e gânglios da medula espinhal, principalmente em gatos. Em conclusão, este
estudo mostra as características neuropatológicas da criptococose em uma série de casos em
cães e gatos, enfatizando a importância de considerar neurolocalizações específicas nesta infecção fúngica. Além de contribuir para uma melhor compreensão do envolvimento simultâneo
dos sistemas respiratório e nervoso.
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