A política externa Argentina na aurora do século XX (1916-1955): por uma terceira posição na era dos extremos
Resumo
A seguinte monografia está centrada na análise estrutural da política externa argentina entre
1916 e 1955. Para tanto, é utilizado o conceito de “forças profundas” elaborado por Pierre
Renouvin e Jean-Baptiste Duroselle (1967) para se entender como que a política externa é
resultado de um acumulado histórico da sociedade e suas elites. Com base na obra dos
autores, foram destacadas três variáveis: a) as forças econômicas, b) as forças demográficas e
c) as forças do sentimento nacional. Também, é adotada a perspectiva de Cervo (2008) para se
definir política externa enquanto um resultado compartilhado de diferentes forças sociais e
não apenas restrita aos tomadores de decisão. A pergunta central que o trabalho busca
responder é entender de que forma características de ordem cultural, econômica, social e
política compartilhadas pela sociedade influenciaram na formulação da política externa
argentina no período assinalado. A hipótese elaborada é de que na Argentina ocorreram
debates em nível nacional sobre a inserção internacional. Nesse sentido, as forças profundas
possibilitam entender de que forma as influências internacionais se traduzem na sociedade por
meio das forças profundas e são interpretadas pelos tomadores de decisão, responsáveis por
formular a política externa. Não apenas, percebe-se que entre 1916 e 1955 a Argentina
produziu um acumulado histórico de princípios de política externa que são coadunados na
Terceira Posição elaborada durante o primeiro governo peronista. Dessa forma, argumenta-se
que a Terceira Posição não é de originalidade total peronista, mas pelo contrário, é produto
estrutural de uma relação simbiótica entre interior e exterior. Portanto para se entender essa
orientação, são analisados quatro momentos políticos distintos – os governos radicais
(1916-1930); La Concordancia (1930-1943); governo da GOU (Grupo de Oficiais Unidos)
(1943-1946) e, por fim, os governos peronistas (1946-1955). Em relação à metodologia, é
utilizado o método indutivo, onde por meio da pesquisa de fontes secundárias (teses, livros,
artigos, documentários) formulam-se perguntas respondidas empiricamente por meio das
fontes primárias. Tendo em vista as limitações de locomoção, todos documentos oficiais,
periódicos, cartas e telegramas digitalizados foram todos acessados remotamente por meio de
hemerotecas digitais, acervos de periódicos, memória das chancelarias e bibliotecas.
Destaca-se também os documentos não disponíveis na internet, concedidos pela Chancelaria
argentina.
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