Gestão da atenção às urgências e emergências: o estudo de caso de municípios de pequeno porte
Visualizar/ Abrir
Data
2023-11-23Primeiro coorientador
Soder, Rafael Marcelo
Primeiro membro da banca
Santos, Márcio Neres dos
Segundo membro da banca
Higashi, Giovana Dorneles Callegaro
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A atenção às urgências e emergências representa um dos desafios ao sistema público de saúde brasileiro diante da premência das condições de saúde e serviços fragmentados. A Rede de Atenção às Urgências e Emergências institui-se para assegurar o acesso às ações e serviços com a resolutividade e agilidade. Nessa configuração, a atenção básica é ordenadora e a porta de entrada preferencial aos usuários acometidos por condições agudas e crônicas agudizadas, assim, deve dispor de recursos necessários para ofertar o primeiro cuidado, estabilizar quadros mais graves e encaminhá-los aos outros níveis de atenção. Não obstante, a literatura mostra que existem insuficiências de recursos materiais, infraestrutura e qualificação profissional nesse primeiro nível de atenção. Sendo assim, questionou-se como a estrutura, organização e processos de saúde de dois municípios de pequeno porte viabilizam aos usuários em condição de urgência e emergência o acesso ao serviço de referência? Portanto, o objetivo desta pesquisa foi compreender como a estrutura, organização e processos de saúde de dois municípios de pequeno porte viabilizam aos usuários em condição de urgência e emergência o acesso ao serviço de referência. Para tanto, metodologicamente foi desenvolvido um estudo de caso único, de abordagem qualitativa, composto por duas unidades de análise integradas que foram dois municípios de pequeno porte do norte do Estado do Rio Grande do Sul. A coleta de dados deu-se mediante três fontes de evidências que convergiram de maneira triangular: entrevistas, análise documental e observação participante. Os dados foram compilados em uma única base para o processo analítico, empregou-se a análise de conteúdo e análise descritiva simples. Ressalta-se que foram atendidos todos os preceitos éticos da Resolução nº 466/2012. Os resultados são apresentados em forma de dois artigos, os quais revelaram que as unidades dispunham de recursos materiais e equipamentos, espaço físico e ambulâncias para os atendimentos de urgências e emergências. Na dimensão organizacional identificaram-se arranjos distintos para as ocorrências atendidas durante o funcionamento das unidades e no período posterior, revelando fragilidades na organização da equipe que diminuem a capacidade de resposta a essas demandas. Como mecanismos facilitadores, destaca-se o canal telefônico disponibilizado à população e o suporte remoto à equipe plantonista. Contudo, evidenciou-se a ausência de protocolos e fluxos norteadores para os atendimentos, sendo os processos assistenciais instituídos de maneira informal e de acordo com o conhecimento e experiência dos profissionais. Sendo assim, foram reveladas fragilidades assistenciais e a necessidade de protocolos para sistematizar a atuação profissional. Portanto, conclui-se que a estrutura, organização e processos são elementos interligados e condicionantes para a qualidade, efetividade e segurança da atenção às urgências e emergências nos municípios de pequeno porte.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: