Efeito do treinamento auditivo computadorizado nas habilidades auditivas e de fala em crianças com transtornos dos sons da fala
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Data
2023-11-10Primeiro coorientador
Keske-Soares, Márcia
Primeiro membro da banca
Didoné, Dayane Domeneghini
Segundo membro da banca
Gubiani, Marileda Barichello
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Objetivo: mensurar o efeito do treinamento auditivo computadorizado (TAC) nas habilidades
auditivas comportamentais e de fala em crianças com Transtorno dos Sons da Fala (TSF).
Método: trata-se de um estudo longitudinal prospectivo quantitativo de cunho clínicoexperimental e participaram da pesquisa 14 crianças, de ambos os sexos (11 meninos e três
meninas), com idades entre 6 e 9 anos, com diagnóstico de TSF que estavam em terapia de
fala ou em fila de espera para tal. Todas as crianças foram avaliadas auditivamente e
apresentaram uma ou mais habilidades auditivas alteradas na avaliação comportamental do
Processamento Auditivo Central (PAC). Elas foram submetidas a uma abordagem terapêutica
complementar por meio do TAC. O TAC adotado, mediado pelo uso do software Escuta
Ativa®, contou com 12 atividades divididas em seis sessões que objetivam trabalhar de forma
desafiadora as habilidades auditivas, aqui denominado de TAC-Breve. Os sujeitos foram
avaliados pré e pós intervenção quanto às habilidades auditivas pela avaliação
comportamental de PAC, de fala pelo software INFONO – Instrumento de Avaliação
Fonológica e aplicou-se o questionário APDQ – Auditory Processing Domains Questionnaire,
para mensurar a percepção dos pais quanto ao comportamento auditivo das crianças
avaliadas. Realizou-se análise inferencial dos dados. Resultados: na análise quantitativa, o
TAC-Breve teve efeito nas habilidades de figura fundo para sons verbais. Não se observou
diferenças estatisticamente significantes na habilidade de resolução temporal. Quando
observado de forma qualitativa os testes comportamentais do PAC individualmente, todos
apontaram evolução quanto ao número de sujeitos que modificaram seu perfil de “alterado”
para “normal”, mesmo que nem todos tenham normalizado a avaliação como um todo. Ao
analisar o efeito do TAC-Breve nas variáveis: “terapia de fala para os TSF” (com ou sem
terapia de fala) e “tipo de TSF” (Fonológico ou Motor), não se observou influências com
relevância clínica nos resultados da avaliação comportamental de PAC após a intervenção
adotada. O questionário APDQ manteve os mesmos resultados pós intervenção. Ao analisar
os dados de fala, pós TAC, observou-se diferença estatisticamente significativa entre as
crianças com e sem terapia de fala quanto à evolução no sistema fonológico (número de sons
ausentes e adquiridos) e na diminuição da gravidade do TSF. O TAC-Breve impactou nos
resultados de fala conforme o tipo de TSF, pois os resultados foram significativos para as
crianças com TF nos aspectos de menor número de sons ausentes, maior número de sons
adquiridos no sistema fonológico, além de maior Percentual de Consoantes Corretas e,
consequentemente, menor gravidade do TSF. Conclusão: o TAC-Breve teve efeito sobre a
habilidade auditiva de figura-fundo das crianças com TSF, promovendo melhora nos escores
da maioria dos testes da avaliação comportamental de PAC, mesmo que ainda se caracterize
o atraso do PAC ou TPAC em alguns sujeitos. As variáveis “terapia de fala para os TSF” e
“tipo de TSF” não sofreram influência clínicas após o TAC-Breve, ao analisar os resultados da
avaliação comportamental de PAC. A percepção dos pais quanto ao comportamento auditivo
das crianças avaliadas não sofreu alteração nas respostas pré e pós intervenção. Os efeitos
do TAC-Breve na evolução da fala das crianças deste estudo permitem concluir que a terapia
de fala associada ao TAC deve ser a indicação terapêutica mais adequada, evidenciada na
evolução do sistema fonológico e redução da gravidade do TSF. As crianças com TF
apresentaram melhores resultados na fala em relação às com TMF.
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