O atual trabalho tem como defesa a tese de que o corpo é a unidade de manifestação psíquica humana e que na infância deve ter seu espaço de autorregulação através de uma educação para a autonomia e liberdade. Para tal, revisito o surgimento do sentimento de infância ocidental e o surgimento da escola enquanto instituição de ensino e os métodos de ensino usados nessa história recente. O sentimento de infância é dotado de tensões e contradições (ora vista como inocente e pura, ora como ser que precisa ser domesticado) seja no âmbito do ensino formal ou nas relações sociais com o ser criança, e a infância enquanto momento da vida a ser protegido também faz parte da história ocidental recente. A pedagogia se instala como metodologia de ensino após o surgimento da psicologia enquanto ciência que a embasa, a partir desse movimento do século XIX há o surgimento de pedagogias disruptivas que vão contra a corrente pedagógica capitalista e industrial. Constata-se com este artigo que a criança aprende através de sua relação dialética com a sociedade e que o seu corpo é o espaço de transgressão das regras sociais para expressar sua unidade enquanto criança.