Geografia escolar inclusiva: percepções, experiências e demandas de docentes, de alunos com deficiência e de licenciandos em Geografia
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Data
2023-12-13Primeiro coorientador
Batista, Natália Lampert
Primeiro membro da banca
Petsch, Carina
Segundo membro da banca
Nascimento, Rosemy da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Pensar sobre a inclusão de estudantes com deficiência no ensino de Geografia na contemporaneidade é imprescindível. O processo de inclusão faz parte de uma discussão recente, necessária e emergente para a educação brasileira e a componente curricular Geografia, em especial, a fim de que ocorra uma efetiva inclusão social e educacional no país. Diante disso, o objetivo desta pesquisa foi analisar as percepções de docentes de Geografia e de alunos com deficiência em Restinga Sêca, RS, e as experiências de acadêmicos do Curso de Geografia (Licenciatura Plena) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a respeito dos desdobramentos da Geografia Escolar Inclusiva nessas duas realidades. Para tanto, foram aplicadas entrevistas com professores de Geografia e alunos com deficiência em escolas de Ensino Fundamental e Médio do Município mencionado e com licenciandos de diferentes percentuais de realização do Curso de Geografia da respectiva Universidade. Utilizou-se de uma abordagem qualitativa e, em certos momentos, quantitativa, para dar condução a pesquisa e a análise dos resultados. Assim, a partir dos achados, considerou-se que houve avanços no processo de inclusão de discentes com deficiência, tanto nas escolas do Município de Restinga Sêca como no Curso de Geografia da UFSM. Contudo, a inclusão é interpretada como um desafio, seja na Educação Básica, seja no Ensino Superior. Existe um contexto de precarização e/ou de falta de infraestrutura nas instituições do Município em estudo que impede a efetiva inclusão, com qualidade, de todos na escola e na Geografia. Embora muitos entrevistados discutam sobre a importância das parcerias entre os profissionais, as escolas públicas ainda não conseguem trabalhar plenamente na perspectiva do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) e de coensino, principalmente por causa das condições de trabalho e do Atendimento Educacional Especializado (AEE) extraclasse, que faz perpetuar o sistema integracionista na escola de ensino regular. Em alguns casos, se reproduzem pensamentos excludentes, pois há uma justificativa de que a não aprendizagem do estudante se dá pela situação biológica dele. É preciso uma formação inicial e continuada de professores que possa qualificar o sujeito, para que ele consiga atender, de forma mais condizente, as múltiplas demandas do espaço escolar. Entretanto, os Cursos não devem ser vistos como a única solução, visto que o futuro docente ou aquele em exercício precisam trabalhar nas suas (auto)formações, para que possam corroborar, significativa e adequadamente, nos processos de ensino e aprendizagem e inclusão de alunos com deficiência, TEA e/ou Altas Habilidades no ensino de Geografia. Portanto, diante da análise, pode-se dizer que uma Geografia Escolar, de fato, Inclusiva ainda não é vivenciada na rede regular de ensino do Município de Restinga Sêca e, mesmo com avanços e mudanças curriculares, existem obstáculos que precisam ser superados no Curso de Geografia da UFSM, para que ele realmente trabalhe em uma perspectiva inclusiva. Os resultados levam à consideração de que faltam debates, modificações e engajamento, na escola e na universidade, para que o público-alvo da educação especial desfrute de um ensino de Geografia equitativo, público, significativo para a vida, de qualidade e inclusivo.