Determinação da bioacessibilidade de metais em suplementos alimentares por espectrometria de emissão óptica após protocolos in vitro
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Data
2023-03-06Primeiro coorientador
Muller, Aline Lima Hermes
Primeiro membro da banca
Picoloto, Rochele Sogari
Segundo membro da banca
Silva, Fabiana Ernestina Barcellos da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Suplementos alimentares são definidos como produtos para complementar a dieta e fornecer
nutrientes essenciais para os seres humanos. Podem conter vitaminas, minerais, produtos botânicos,
aminoácidos, ou qualquer combinação destes. Dentre os nutrientes fornecidos pelos suplementos
alimentares encontram-se os elementos essenciais e não essenciais. A bioacessibilidade é definida
como a fração de um nutriente que é liberado da sua matriz no trato gastrointestinal, tornando-a
disponível para uma absorção eficiente pelo intestino. Diferentes metodologias podem ser aplicadas
para avaliar a bioacessibilidade dos elementos, e os métodos in vitro têm sido amplamente utilizados,
principalmente devido ao seu menor custo e à sua fácil aplicação. O Grupo de Pesquisas em
Bioacessibilidade da Europa (UBM BARGE, do inglês Bioaccessibility Research Group of Europe)
desenvolveu um método unificado de bioacessibilidade (UBM, do inglês unified bioaccessibility
method) a fim de produzir um procedimento in vitro validado e padronizado. Outro método de
bioacessibilidade in vitro foi também estabelecido num consenso internacional pela ação COST
(European Copperation in Science and Technology) INFOGEST. Neste trabalho, a bioacessibilidade
de alguns elementos essenciais ( Co, Cu, Fe, Mg, Mn, Mo, Ni, Zn, V) e não essenciais (Al, As, Ba,
Be, Bi, Cd, Cr, La, Pb, Sr) foi avaliada empregando os protocolos UBM BARGE e COST INFOGEST.
A determinação foi feita por espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado
(ICP OES) e a avaliação das interferências foi feita por espectrometria de emissão óptica com plasma
induzido por micro-ondas (MIP OES). Para tal, foram utilizadas quatro amostras de suplementos
alimentares de diferentes classes (vitamínicos, minerais e botânicos). A concentração total dos
elementos essenciais e não essenciais foi determinada por ICP OES após digestão por via úmida
assistida por radiação micro-ondas. O procedimento UBM BARGE consistiu em duas fases,
simulando os processos digestivos da boca, estômago e intestino, em que a primeira fase simula a
fase gástrica (saliva + fluído gástrico) e a segunda fase simula a fase gastrointestinal (fluído duodenal
+ bile). Por outro lado, pelo método COST INFOGEST a fase gástrica e a gastrointestinal são obtidas
em uma única etapa (saliva + fluido gástrico + fluido intestinal). Todas as extrações foram realizadas
a 37 °C e sob agitação, como sugerido por ambos os protocolos. A concentração total de Ag, As, Be,
Cd, Co, La, Ni, Pb e V em todas amostras ficou abaixo do limite de quantificação (LQ) do método, e
a bioacessibilidade desses elementos não foi avaliada. As frações bioacessíveis utilizando o método
UBM BARGE foram poucos significantes para alguns elementos como Al, Ba, Cr, Fe, Sr e Zn (até
34% dependendo da amostra), e mais elevadas para outros, como para Cu, Mg, Mn, Mo (acima de
98% em alguns casos). Considerando o método COST INFOGEST, frações bioacessíveis de até
39% foram obtidas para Ba, Fe, Mg, Mn, V e Zn. Por outro lado, para Cu e Mo, frações de até ou
acima de 77% foram observadas. Os resultados obtidos para as frações bioacessíveis de elementos
essenciais e não-essenciais em suplementos alimentares apresentaram diferença dependendo do
método utilizado, o que denota para a necessidade de uma avaliação cautelosa para cada matriz e
analito.
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