Abordagens integrativas na prevenção de recaída por morfina em ratos: organoterápico e isoterápico
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Data
2024-01-12Primeiro membro da banca
Segat, Hecson Jesser
Segundo membro da banca
Rubin, Maribel Antonello
Metadata
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o uso indiscriminado e recreacional de drogas psicoativas, especialmente opioides, têm causado um grave problema de saúde pública em nível mundial, e caracterizando a reconhecida crise dos opioides nos E.U.A. A drogadição caracteriza-se pela presença de fatores, dentre os quais, dependência (compulsão ao uso), tolerância, sintomas de abstinência na retirada e recaída que podem ser desencadeados após algumas exposições à droga. A recaída ao uso destas substâncias mostra-se como o principal obstáculo para o sucesso do tratamento de desintoxicação, uma vez que a maior parte dos indivíduos recorre ao uso da mesma após o período de detoxificação. De um modo geral, as abordagens farmacológicas utilizadas até o momento têm sido apenas sintomáticas, mostrando-se pouco eficazes quando a situação envolve drogadição. Nesse sentido, a busca por terapias integrativas, e entre estas, os tratamentos com medicamentos homeopáticos podem representar um avanço para o reestabelecimento da homeostase orgânica, uma vez que a desregulação desta homeostase se relaciona diretamente aos sintomas impulsivo-compulsivos, emocionais, sociais e físicos desenvolvidos pela drogadição. O presente estudo tem por objetivo avaliar o potencial terapêutico de duas preparações homeopáticas, ou seja, um isoterápico de morfina (ISO) e um organoterápico obtido a partir do cérebro total de carneiro saudável (ORG), sobre parâmetros comportamentais e moleculares consequentes à recaída por morfina em ratos. Para isso, os animais foram expostos à morfina no paradigma de preferência de lugar condicionado (PLC) para a indução inicial de comportamentos de preferência e busca pela droga, com subsequente tratamento com ISO ou ORG durante 14 dias. Após a observação da extinção da preferência pela morfina no paradigma de PLC, os animais foram desafiados a comportamento de recaída à preferência pela droga no mesmo aparato de PLC. Como esperado, os animais expostos à morfina apresentaram comportamento de busca pela droga, confirmando o forte poder hedônico da droga, o quais não mostraram prejuízos de memória, locomoção ou de ansiedade, confirmando que a busca pela droga foi por impulso hedônico. Ambos os medicamentos ISO e ORG foram capazes de prevenir a recaída pela morfina. Avaliações em nível molecular envolvendo o sistema dopaminérgico, glutamatérgico e opioide devem ser desenvolvidos na sequência desta dissertação, na busca de mecanismos relacionados aos benefícios comportamentais aqui observados. Em conclusão, até onde sabemos, este estudo mostra pela primeira vez que ambos medicamentos homeopáticos aqui estudados representam uma prática integrativa que pode ser útil no tratamento da drogadiçao por opioides, contribuindo para o reestabelecimento da homeostase orgânica comprometida pelo uso crônico da droga.
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