Suplementação de micronutrientes para melhora do neurocomportamento em crianças com Transtorno do Espectro Autista: um ensaio clínico randomizado
Fecha
2024-02-09Primeiro membro da banca
Batista, Ângela Giovana
Segundo membro da banca
Souza, Neila Santini de
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), caracterizado por alterações no
neurodesenvolvimento, linguagem, habilidades sociais e comportamentos alimentares
restritivos, apresenta uma origem complexa associada a fatores genéticos e ambientais. Com
um aumento global na prevalência, o TEA tem sido associado a problemas alimentares em
uma grande proporção de crianças afetadas. Deficiências nutricionais significativas,
relacionadas à seletividade alimentar, impactam diretamente no metabolismo e absorção
nutricional. Este contexto motivou a presente pesquisa, que visa investigar a repercussão da
suplementação de magnésio (Mg) e vitamina B6 no neurocomportamento de crianças com
TEA. A relevância do estudo está na busca por intervenções não farmacológicas diante das
limitações de tratamentos convencionais, propondo a hipótese de melhoria
neurocomportamental por meio da suplementação. O estudo adotou um desenho de ensaio
clínico cego randomizado controlado por placebo, seguindo as diretrizes do CONSORT.
Participantes com diagnóstico de TEA CID-11, abrangendo diversas condições de tratamento,
foram incluídos no estudo. O ensaio incluiu 31 crianças recrutadas, a avaliação do
neurocomportamental utilizou o Perfil Sensorial 2 aplicado a pais e cuidadores no T0 (Início
da suplementação dos grupos) e T4 (4 meses após a suplementação dos grupos). Durante 4
meses, um grupo recebeu suplementação cega com vitamina B6 e magnésio, enquanto outro
grupo recebeu placebo. Buscou-se minimizar viés por meio da alocação aleatória de crianças
em grupos de intervenção e controle. Os resultados indicam que a suplementação de magnésio
e vitamina B6 desempenhou um papel significativo na melhoria de processos sensoriais orais
(p=0,012) e posição do corpo (p= 0,045) em crianças com TEA. No entanto, embora tenha
havido avanços em áreas específicas, a suplementação não modificou de maneira abrangente o
perfil de resposta sensorial. Os micronutrientes Mg e vitamina B6 mostram importância na
modulação das respostas sensoriais em crianças com TEA. A correlação positiva entre a
suplementação e melhorias específicas sugere uma influência direta desses nutrientes em áreas
sensoriais específicas. No entanto, a falta de efeitos abrangentes aponta para a complexidade
do comportamento sensorial no TEA. Este estudo contribui para a compreensão do papel do
Mg e vitamina B6 no comportamento de crianças com TEA. As intervenções nutricionais
específicas emergem como uma estratégia promissora, mas são necessárias pesquisas
adicionais para compreender completamente os mecanismos subjacentes, ajustar dosagens e
avaliar potenciais efeitos colaterais. O estudo abre caminho para futuras investigações e
intervenções clínicas na busca por abordagens não farmacológicas para melhorar o
neurocomportamento em crianças com TEA.
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