A questão da inversão fenomenológica de Michel Henry: a fenomenalidade da vida e o ser como autoafecção
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Data
2024-02-19Primeiro membro da banca
Fabri, Marcelo
Segundo membro da banca
Praseres, Janilce Silva
Terceiro membro da banca
Costa, Márcio Luís
Quarto membro da banca
Saldanha, Marcelo Ramos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho tem por finalidade defender a inversão fenomenológica como método para
interpretar a questão do ser do ego na fenomenologia de Michel Henry a partir da análise do
método fenomenológico de Edmund Husserl. Primeiramente, será apresentado os pressupostos
histórico-conceituais para a concepção da fenomenologia na história da filosofia,
principalmente com o surgimento da teoria de Edmund Husserl. Dado isso, será feito uma
abordagem do aparato conceitual da fenomenologia de Husserl a partir da Fenomenología
material de Michel Henry. Nesse ponto, serão trazidas algumas objeções henryanas à
constituição de Ego Transcendental e, principalmente, ao método intencional husserliano. Além
disso, a tese buscará as lacunas que Henry aponta em sua teoria afim de elucidar o autoaparecer
do ser, o ego originário, ou seja, a fenomenalidade pura que é doada ao ser do ego. Nesse
sentido, a partir das Meditações cartesianas percorreremos o caminho inverso do ser aos seus
fenômenos. Ocorre que a fenomenologia henryana traz uma nova interpretação a partir do ego
cogito e que Husserl não tenha se detido a algumas compreensões da teoria racional cartesiana.
Assim, retomaremos a análise do cogito cartesiano afim de explicitar o começo do ser. Henry
evidencia em Descartes que há um começo originário que a fenomenologia histórica não
conseguiu interpretar. Portanto, esse retorno henryano ao cartesianismo apresenta dois
caminhos: se há algo que escapa ao pensamento como aparecer originário e como escapa
enquanto doação imanente ao ser. Os conceitos de videre videor se tornarão importantes para
descrever o ver e o sentir fenomenológico trazendo a fenomenalidade pura como um aparecer
originário do ser do ego reinterpretando uma anterioridade ao cogito cartesiano e que não fora
trazida pela fenomenologia até então. Deste modo, se torna necessário um estudo do ser ao seu
autoaparecer – autoafecção – enquanto revelação da fenomenalidade. A imanência e a nãointencionalidade se tornam conceitos centrais para a interpretação da matéria fenomenológica
e como ocorre a doação desses fenômenos do ser como autoafecção, em que o ser é autoafectado
em si mesmo. Nessa perspectiva, pretende-se trazer a interpretação da afetividade como matéria
fenomenológica e os princípios que o jovem Henry elucida para a radicalização de sua teoria
como uma Fenomenologia originária. A pesquisa se deterá na busca de como ocorre a doação
dessa fenomenalidade pura na estrutura imanente do ser, sendo que só é possível a compreensão
do método a partir da Fenomenologia Material.
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