Validação da atenuação tomográfica de L1 no rastreamento oportuno de osteopenia e osteoporose em estudos convencionais de tomografia computadorizada
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Data
2024-04-23Primeiro membro da banca
Giacomelli, Irai
Segundo membro da banca
Alves, Giordano Rafael Tronco
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Objetivo: Avaliar a acurácia diagnóstica da atenuação tomográfica de L1 no rastreamento
oportuno de osteopenia e osteoporose em pacientes brasileiros que realizaram estudos
tomográficos convencionais por outras indicações clínicas. Métodos: Estudo observacional,
analítico e retrospectivo realizado no Rio Grande do Sul em dois centros diagnósticos.
Incluíram-se pacientes adultos que realizaram estudos de tomografia computadorizada (TC)
sem contraste que incluíssem a primeira vértebra lombar (L1) e estudos de densitometria
mineral óssea (DMO) entre o período de 2016 e 2023, com intervalo máximo de seis meses
entre os exames. Foram excluídos pacientes com alterações degenerativas extensas em L1, que
apresentassem fratura, lesão osteolítica ou osteoblástica em L1, pacientes com materiais
metálicos cirúrgicos na coluna lombar, ou estudos tomográficos com quilovoltagem (kV)
diferente de 120. Coletaram-se os escores T das DMOs e a atenuação trabecular média de L1
nos planos axial, sagital e coronal. As atenuações médias de L1 conforme o grupo de densidade
óssea foram comparadas pelo teste de Kruskal-Wallis. Avaliou-se a correlação entre os escores
T da DMO e a atenuação tomográfica de L1 pelo coeficiente de correlação de Spearman (ρ).
Foram obtidas curvas ROC para determinar a área abaixo da curva (AAC), os pontos de corte
e suas respectivas acurácias diagnósticas. Também foi avaliada a concordância interobservador
pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Resultados: De um total de 115.509 TCs e
16.090 DMOs avaliadas, 500 pacientes cumpriram os critérios de inclusão (464 mulheres e 36
homens; média de idade: 63,6 ± 10,6 anos), com tempo médio entre os exames de 63,2 dias. A
prevalência de osteoporose na amostra foi de 25,8%. A atenuação média de L1 à TC foi
significativamente menor nos pacientes osteopênicos e osteoporóticos em relação àqueles com
densidade óssea normal à DMO em todos os planos tomográficos de avaliação (p < 0,001).
Houve correlação linear positiva entre os escores T densitométricos e a atenuação média de L1
em todos os planos de avaliação (p < 0,001). O plano sagital demonstrou o maior coeficiente
de correlação linear com os escores T densitométricos (ρ = 0,573; p < 0,001), a maior área
abaixo da curva ROC na identificação de osteoporose (AAC: 0,785; p < 0,001) e densidade
óssea anormal (AAC: 0,791; p < 0,001) e a maior concordância interobservador (CCI = 0,992;
p < 0,001), comparativamente aos planos axial e coronal. Uma atenuação média de L1 igual ou
inferior a 100 UH no plano sagital foi capaz de identificar densidade óssea anormal (osteopenia
ou osteoporose) com especificidade de 96,4% e valor preditivo positivo de 96%, enquanto uma
atenuação média superior a 180 UH apresentou sensibilidade de 97,7% e valor preditivo
negativo de 95,1% para osteoporose; houve sobreposição significativa quanto às categorias de
densidade mineral óssea nos pacientes com atenuações de L1 entre 100 e 179 UH à TC. Além
disso, pacientes com atenuação sagital de L1 igual ou inferior a 100 UH apresentaram
prevalência significativamente maior de fraturas vertebrais à TC (razão de prevalência: 4,6; p
< 0,001). Conclusão: A avaliação tomográfica de L1 pode identificar oportunamente pacientes
com densidade óssea anormal (osteopenia ou osteoporose). Deste modo, é possível selecionar,
sem custo ou radiação adicionais, os pacientes que se beneficiarão por avaliação densitométrica
formal.
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