Uso da dexmetomidina isolada ou em associação com cetamina ou cetamina s (+) por via oral transmucosa em cães: eficácia sedativa, avaliação de parâmetros cardiorrespiratórios e hemogasométricos
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Data
2024-02-23Primeiro coorientador
Brun, Maurício Veloso
Primeiro membro da banca
Floriano, Beatriz Perez
Segundo membro da banca
Oliveira, Marília Teresa de
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Mostrar registro completoResumo
A utilização de medicação pré anestésica (MPA) é parte não obrigatória, mas muitas vezes importante, de um protocolo anestésico multimodal. Como benefícios, observa-se diminuição do estresse e ansiedade do paciente, redução da dose de anestésicos gerais, redução de efeitos adversos e redução dos riscos à equipe anestésica. Vias sistêmicas não convencionais de administração, como a via oral transmucosa (OTM) ou intranasal (IN), estão ganhando importância na medicina veterinária, devido às vantagens que oferecem em relação aos tratamentos por via intramuscular (IM) e intravenosa (IV). O estudo descrito a seguir foi aprovado pelo Comitê de Ética para Uso de Animais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Foram selecionados 18 cães machos, sem raça definida e considerados saudáveis através de exame físico e de exames hematológicos. Previamente ao procedimento, os pacientes foram submetidos a jejum sólido e hídrico de 8 e 2 horas, respectivamente. Posteriormente, foram alocados aleatoriamente em 3 grupos, sendo eles: dexmedetomidina (GD), na dose de 10 μg.kg-1, grupo cetamina racêmica + dexmedetomidina (GDC), na dose de 20 mg.kg-1 e 10 μg.kg-1, respectivamente e o grupo cetamina S (+) + dexmedetomidina (GDCS), na dose de 10 mg.kg-1 e 10 μg.kg-1, respectivamente, todas as medicações foram administradas por via OTM. Para avaliação do escore de sedação, utilizou-se a escala de sedação de cães desenvolvida por Grint et al., (2009). O início das avaliações deu-se 15 minutos após a aplicação dos tratamentos e seguiu posteriormente a cada 10 minutos até a total recuperação dos pacientes. Ainda, realizou-se a avaliação dos parâmetros de FC, ƒ, TRºC, PAS, coloração de mucosas e TPC nos mesmos intervalos de tempo descritos acima. Além disso, realizou-se a coleta de três amostras de sangue da veia jugular para realização de hemogasometria venosa, nos momentos: C1, realizada 20 min antes da aplicação da MPA; C2, após 30 min da aplicação da MPA e C3, realizada após total recuperação do paciente. A administração dos fármacos pela via transmucosa foi bem tolerada, entretanto, foram observados efeitos adversos em 50% dos animais do GD, 83% no GDC e 83% no GDCS. No que se refere aos parâmetros fisiológicos avaliados durante a sedação, puderam-se observar diferenças nos valores de FC dos GDC e GDCS em relação ao grupo GD e também entre momentos do GD. Com relação ao escore de sedação, observou-se maior pontuação bem como maior tempo de efeito sedativo no GD, quando comparado ao GDC e GDCS. Em relação à avaliação hemogasométrica, não houve diferença intragrupos bem como entre grupos, nos três tempos avaliados. Concluiu-se que a associação de dexmedetomidina e cetamina ou cetamina S (+) por via OTM não proporcionou sedação adequada em cães quando comparada à dexmedetomidina isolada. Nenhuma alteração hemogasométrica de relevância foi causada por nenhum dos tratamentos.
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