Efeito da moxidectina sobre o comportamento tipo depressivo e ansioso em camundongos swiss
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Data
2024-08-27Primeiro coorientador
Portela Júnior, Valério Valdetar Marques
Primeiro membro da banca
Fachinetto, Roselei
Segundo membro da banca
Machado, Alencar Kolinski
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) afeta cerca de 6% da população, porém sua
patofisiologia e farmacoterapia permanecem mal elucidados. Antidepressivos
monoaminérgicos têm como principal mecanismo de ação a interferência no metabolismo e
recaptação de monoaminas. Estes fármacos consistentemente diminuem sintomas graves em
pacientes, mas sua taxa de sucesso clínico é inferior a 67%. Além disso, esses medicamentos
levam semanas para apresentarem efeitos. Logo, a descoberta de novos alvos farmacológicos,
bem como novos possíveis tratamentos, têm sido explorados visando melhora prognóstica.
Nesse contexto, a moxidectina, um fármaco originalmente endectocida, tem mostrado atividade
antidepressiva em ratos. Seu mecanismo de ação, especula-se, está relacionado à modulação
alostérica positiva de receptores GABAA e ativação de receptores P2X4, nicotínicos α7 e
glicina. Assim, os objetivos deste estudo foram a escrita de uma revisão bibliográfica sobre a
literatura de 2013 a 2023 a respeito das características da moxidectina como neuromodulador;
e investigar o potencial efeito antidepressivo e ansiolítico de uma única dose de moxidectina
(1,5 mg/kg) em camundongos Swiss machos, bem como seu efeito sobre marcadores oxidativos
e moleculares. A avaliação dos comportamentos tipo depressivo-ansioso foram efetuados pelos
testes de suspensão da cauda (TST), splash (SPT), labirinto em cruz elevada (EPM) e campo
aberto (OFT), que revelaram diminuição do comportamento do tipo depressivo, representado
por menor tempo de imobilidade no TST e maior tempo de grooming no SPT, e ansiogênese,
representada por maior tempo no centro no OFT. Para melhor elucidar as bases biológicas das
mudanças comportamentais observadas, testes oxidativos demonstraram aumento da Glutationa
S-transferase (GST) e capacidade antioxidante total (TAC) no córtex pré-frontal e diminuição
de GST no hipocampo dos animais, sem alteração de substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS). O rt-PCR demonstrou aumento de RNAm de Fator Neurotrófico
Derivado do Cérebro (BDNF) no córtex. Os resultados apresentados neste trabalho demonstram
que a literatura consistemente traz a moxidectina como capaz de induzir melhora em modelos
animais de neuropsicopatologias, possui perfil toxicológico favorável e, em nosso protocolo,
uma única dose de moxidectina foi capaz de reduzir o comportamento tipo-depressivo em
camundongos sem alterar os parâmetros oxidativos de forma deletéria, além de induzir aumento
de mRNA de BDNF no tecido neural. São resultados promissores que estimulam a continuidade
do estudo da moxidectina como um possível novo composto no tratamento do TDM.
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