Potencial neuroimunomodulatório do ácido cafeico sobre o sistema purinérgico e colinérgico em modelo in vitro e in vivo de diabetes
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Data
2024-09-06Primeiro coorientador
Assmann, Charles Elias
Primeiro membro da banca
Rosemberg, Denis
Segundo membro da banca
Stefanello, Francieli Moro
Terceiro membro da banca
Bagatini, Margarete Dulce
Quarto membro da banca
Spanevello, Roselia Maria
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Diabetes mellitus (DM) tipo1 é uma desordem metabólica caracterizada por níveis elevados
de glicose no sangue (hiperglicemia), decorrentes da falta de produção de insulina, devido à
autodestruição das células β pancreáticas. Assim, a hiperglicemia pode levar a alterações na
estrutura e fisiologia do cérebro, principalmente em regiões envolvidas na formação,
organização e armazenamento de memórias. Essas alterações representam uma complicação
do diabetes, que é chamada de Encefalopatia Diabética. Nesse contexto, as vias de sinalização
purinérgica e colinérgica desempenham importantes funções na modulação de várias funções
do sistema nervoso central (SNC). A fim de controlar processos neurodegenerativos,
neuroinflamatórios, bem como diminuir a incidência de comprometimento cognitivo no DM,
terapias com compostos naturais têm sido foco de investigações. Neste sentido, o ácido
cafeico (AC) é um composto fenólico conhecido por ter um amplo espectro de atividades
farmacológicas. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar o potencial
neuroimunomodulatório do AC, assim como o possível envolvimento de seu mecanismo de
ação nos sistemas colinérgico, purinérgico e em marcadores inflamatórios, mediante dois
protocolos experimentais in vivo e in vitro de DM. No protocolo I, in vivo, exploramos o efeito
do tratamento com AC (10 e 50 mg/kg) na via de sinalização purinérgica e colinérgica
associada a aprendizagem e memória espacial de ratos diabéticos induzidos por
estreptozotocina (STZ) 55 mg/kg via intraperitoneal (CEUA:5635030516). Os resultados
mostraram que o AC: a) melhorou déficits de memória e aprendizado em ratos diabéticos; b)
reverteu o aumento da atividade da acetilcolinesterase (AChE) e adenosina desaminase
(ADA); c) aumentou a densidade dos receptores M1, α7nCh e A1; d) reduziu a hidrólise de
ATP, ADP e AMP; e) reverteu o aumento da densidade de P2X7 e A2A, assim como do
NLRP3, CASP1 e IL-1β; f) aumentou a densidade de IL-10, no córtex e hipocampo desses
animais. No protocolo II, in vitro, avaliamos o tratamento com AC (50, 75 µM) em células
microgliais BV-2 expostas a alta concentração de glicose (25 mM), observamos que a) a alta
glicose afetou a viabilidade das BV-2; b) aumentou os níveis de oxido nítrico (NO),
substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e espécies reativas (RS); c) o tratamento
com AC 75 µM per se diminuiu os níveis de RS. Também nas células expostas a alta glicose,
o AC 50 e 75 µM: d) reverteu o aumento nos níveis de NO, TBARS e RS; e) aumentou a
hidrólise de ATP, ADP, AMP e a densidade do receptor A1; f) reverteu o aumento na atividade
da ADA e na densidade de P2X7, A2A e IL-1β; g) reduziu a morte celular promovida pelo
alto teor de glicose e o número de células na fase G0/G1 do ciclo celular; h) finalmente, o AC
75 µM diminuiu a densidade do NLRP3 e do IBA-1. Em síntese, nossos achados sugeriram
que o AC poderia melhorar o déficit cognitivo, a desregulação da homeostase redox, bem
como mitigar processos neuroinflamatórios e neurodegenerativos associados às vias de
sinalização purinérgica e colinérgica alteradas no estado diabético. Dessa forma, este trabalho
pretende contribuir na busca de terapias adjuvantes na atenuação dos mecanismos que levam
ao comprometimento cognitivo apresentado no DM tipo 1.
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