Participação do canal TRPV4 na nocicepção e neuroinflamação induzida em um modelo de síndrome de dor regional complexa do tipo 1 em camundongos
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Data
2024-10-25Primeiro membro da banca
Brum, Evelyne da Silva
Segundo membro da banca
Zambelli, Vanessa Olzon
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A síndrome de dor regional complexa tipo I (SDRC-I) é uma condição de dor incapacitante que pode ocorrer após cirurgia, fraturas, ou trauma de membro, e que pode causar isquemia/reperfusão. Entretanto, a dor aguda e crônica detectada nesta doença ainda é de difícil manejo. O receptor de potencial transitório vaniloide 4 (TRPV4) está envolvido nos mecanismos que causam a dor neuropática e inflamatória. Portanto, poderia ser um novo alvo farmacológico promissor para o tratamento da SDRC-I. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar a participação do canal TRPV4 na nocicepção e neuroinflamação induzida por um modelo de SDRC-I em camundongos. Para isso, camundongos machos (C57BL/6, 20-30g) foram utilizados para indução de dor crônica pós-isquemia (CPIP), um modelo animal de SDRC-I. A alodinia mecânica, a hipersensibilidade térmica, peso corporal e o teste do cilindro giratório foram realizados antes (basal) e pós-indução da CPIP (dias 1, 5, 10 e 15). O teste de campo aberto foi realizado nos dias 1 e 15 pós-indução do CPIP e o comportamento de construção de ninho no 15º para o 16º dia. No 16º dia, os animais foram eutanasiados e amostras de nervo ciático, medula espinhal e plasma foram retirados para análise dos níveis de peróxido de hidrogênio (H2O2) e óxido nítrico (NO). Além disso, amostras de medula foram utilizadas para análise da expressão gênica de Par2, Trpv4, Gfap e Nfr2 pela técnica de PCR. Também foi avaliado o efeito antinociceptivo e neuroprotetor do tratamento repetido (por 15 dias) com o antagonista seletivo do receptor TRPV4 (HC-067047, 1 mg/kg, intraperitoneal). Verificou-se que do 1º ao 15º dia após a indução de CPIP, os animais desenvolveram alodinia mecânica e hipersensibilidade térmica, sem alterar parâmetros locomotores ou de peso. O tratamento repetido com HC-067047 mostrou efeito antinociceptivo do 5º ao 15º dia após a indução da CPIP. Os animais CPIP-Veh (veículo) apresentaram menor tempo de permanência na zona central no teste de campo aberto e o tratamento com o antagonista TRPV4 reverteu esse parâmetro. Além disso, os animais CPIP apresentaram uma redução na pontuação de construção de ninho no dia 16, enquanto os camundongos que receberam o tratamento repetido com HC-067047 apresentaram comportamento típico de construção de ninho. Além disso, níveis elevados de agonistas do TRPV4, H2O2 e NO, observados no CPIP-Veh, foram reduzidos após 15 dias de tratamento repetido com HC-067047. A indução do modelo também provocou um aumento na expressão gênica do Par2, do Trpv4, do Gfap e do Nfr2. Após o tratamento com HC-067047 estes marcadores tiveram a sua expressão reduzida, exceto o Trpv4, que manteve seus níveis aumentados. Assim, o canal TRPV4 está possivelmente envolvido no mecanismo nociceptivo do modelo CPIP em camundongos e pode ser uma nova estratégia de tratamento.
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