Processos erosivos e modelagem hidrológica: o estado da arte.
Resumo
Apesar da erosão dos solos ser um processos natural, uma série de fatores pode causar a sua
aceleração, resultando em danos ambientais significativos, como o assoreamento de canais
de drenagem e a perda de fertilidade do solo. Os modelos hidrológicos são importantes
ferramentas que tem como objetivo mensurar a perda de solo média e identificar as áreas
mais suscetíveis a ocorrência desses processos. O presente trabalho objetiva a análise e
discussão teórica acerca da problemática da erosão dos solos através de modelos
hidrológicos. Para isso, o trabalho foi organizado em três módulos: a análise e descrição dos
processos erosivos (fatores condicionantes, tipologias e mecanismos), a utilização dos
modelos hidrológicos (história e classificação), e a aplicação de modelos hidrológicos no Brasil
(tipos de aplicação e resultados encontrados pelos autores elencados, aplicação de modelos
hidrológicos na geografia). Para a elaboração do aporte teórico que permitiu as discussões
posteriores, buscou-se por trabalhos disponíveis de forma física e digital. Os trabalhos em
formato digital foram encontrados nos sistemas de busca Clarivate (Web of Science), Scopus,
Scielo e Google Acadêmico, através da busca por termos relacionados a erosão, perda de solo
e modelagem hidrológica, na língua portuguesa e inglesa. Já os trabalhos em formato físico
foram buscados em bibliotecas da Universidade Federal de Santa Maria. Em termos de
discussões e resultados alcançados, destaca-se que os principais fatores que controlam os
processos erosivos se referem a erosividade da chuva e a erodibilidade do solo. Assim, a
ocorrência de processos erosivos depende de fatores como o clima, o solo, a rocha, a
topografia e a cobertura vegetal, bem como a ação antrópica. Já relacionado à tipologia e
mecanismos dos processos erosivos, foram pontuados uma sequência de processos, que vão
desde a erosão por impacto da gota de chuva, erosão laminar e linear, até processos mais
complexos, como a erosão interna e o voçorocamento. Na sequência, em relação a aplicação
de modelos para o estudo da erosão hídrica, destaca-se os modelos determinísticos,
principalmente os empíricos e de base física, os quais possuem utilização mais ampla. Os
modelos determinísticos, através da USLE, são os mais utilizados, inclusive no Brasil, onde a
aplicação de modelos hidrológicos ainda se restringe a um número consideravelmente baixo
de trabalhos, quando comparado a países com dimensões territoriais semelhantes. Já na
geografia, a aplicação de modelos é restrita a poucos autores, o que não reflete a capacidade
interdisciplinar desta ciência e a possibilidade de integrar análises a abordagens que não se
restringem ao meio físico. Através do entendimento das diversas variáveis que compõem a
dinâmica natural, é possível que sejam geradas ações de planejamento territorial cada vez
mais eficazes relacionadas ao controle da erosão acelerada. Os modelos hidrológicas são
ferramentas de grande potencial quando relacionado a tomada de decisões pontuais no
controle da erosão acelerada.
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