Avaliação farmacológica na adesão viral in vitro e efeitos da bradicinina na neuroinvasão por SARS-CoV-2
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Data
2024-12-17Primeiro coorientador
Vidal, Taís
Primeiro membro da banca
Doleski, Pedro Henrique
Segundo membro da banca
Bottari, Nathieli Bianchin
Terceiro membro da banca
Librelotto, Daniele Rubert Nogueira
Quarto membro da banca
Leal, Daniela Bitencourt Rosa
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O vírus SARS-CoV-2 (do inglês severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) foi identificado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China, no final de 2019, e é o agente responsável pela COVID-19 (coronavirus disease 2019). Esse vírus causa uma síndrome respiratória aguda grave e tem tropismo principalmente pelo trato respiratório, devido à alta expressão da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), seu receptor de entrada. A intensa resposta inflamatória observada em pacientes infectados pode ser, em parte, atribuída ao fato de o SARS-CoV-2 ser um vírus citopático, que provoca a liberação de citocinas pró-inflamatórias e quimiocinas. A tempestade de bradicinina observada na COVID-19 destaca a importância dessa cinina como um mediador potencial de efeitos respiratórios e sistêmicos significativos. Fármacos como a minociclina (MCL), uma tetraciclina, possuem propriedades anti-inflamatórias (por meio da inibição da ativação de microglias), antioxidantes, antiapoptóticas e neuroprotetoras. A nimesulida (NMS), um anti-inflamatório amplamente utilizado, tem sido alvo de estudos in silico que sugerem seu potencial contra o SARS-CoV-2. A berberina (BBR), um alcalóide isoquinolina, apresenta ação neuroprotetora e demonstrou efeitos antivirais contra o SARS-CoV-2. Neste estudo, analisamos a interação dessas substâncias com a proteína spike do vírus e o receptor ECA2. Os resultados mostraram que nenhum dos fármacos causou dano celular. A padronização dos experimentos revelou que a exposição de 30 minutos à proteína spike S1 a uma concentração de 10 μg/mL resultou em um sinal intenso detectável por citometria de fluxo. O pré-tratamento das células com BBR por 30 minutos reduziu a intensidade do sinal das células positivas para a proteína spike, sugerindo que a berberina interfere na adsorção da spike ao ECA2. No entanto, a pré-incubação da proteína spike com BBR não alterou sua adsorção ou internalização, indicando que a berberina não interage diretamente com a proteína spike. A inativação do ECA2 com um anticorpo específico inibiu a adsorção e internalização da proteína spike. Além disso, a exposição à proteína spike resultou em aumento dos níveis de IFNγ, efeito que foi prevenido pela minociclina e pela nimesulida. O modelo experimental desenvolvido mostrou-se eficiente para triagem de medicamentos e apresentou alto rendimento. No entanto, são necessários estudos adicionais para avaliar o potencial de compostos eficazes, como a berberina. Em relação à bradicinina, sugerimos que ela desempenha um papel crucial na neuroinflamação induzida pelo SARS-CoV-2. Nesse contexto, bloquear a síntese de bradicinina ou antagonizar seus receptores B1 e B2 pode se tornar uma estratégia terapêutica promissora para o tratamento de transtornos psiquiátricos e doenças neurodegenerativas em pacientes com COVID-19.
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