Características vocais de crianças relacionadas com idade e indicadores antropométricos
Fecha
2015-02-05Metadatos
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O aparato vocal da criança se desenvolve com reflexos nas características acústicas da voz. Objetivo: realizar revisão sobre características da voz de crianças, verificar e correlacionar os resultados da análise acústica de fonte glótica, tempos máximos de fonação (TMF), estatura e índice de massa corporal (IMC) de crianças com voz considerada normal. Método: Amostra de 484 crianças de quatro a oito anos, eutróficas com voz considerada normal; envio de questionário aos pais, triagem auditiva, avaliação do IMC e análise vocal perceptivo-auditiva (Escala CAPE-V); análise acústica de /a:/ pelo Multi Dimensional Voice Program Advanced; obtenção dos TMF/a,i,u/; análise estatística descritiva, Teste t e regressão múltipla (SPSS, significância de 5%). Resultados: discreto grau de rouquidão e/ou soprosidade, instabilidade, loudness aumentada e ataque vocal brusco; diminuição da frequência fundamental (f0) conforme a criança cresce; medidas de Jitter, Shimmer, proporção ruído-harmônico (NHR) e índice de turbulência da voz (VTI) tendem a ser maiores em crianças jovens, diminuindo com o crescimento e aumento da idade; pela maturação das estruturas, espera-se, igualmente, aumento dos valores de índice de fonação suave (SPI); TMF em segundos gira em torno número de anos de idade da criança, podendo observar-se sustentações discretamente maiores do que as idades cronológicas. Na infância os distúrbios vocais comportamentais são frequentes e prevalentes nos meninos, com características como rouquidão e soprosidade; f0 mais grave e aumento das medidas de Jitter e Shimmer nas vozes disfônicas. Observou-se: Diminuição de f0 com o aumento da idade; medidas de f0 mais graves nas meninas, Jitter, Shimmer e VTI maiores nas meninas aos seis anos; SPI maior nos meninos aos sete anos; correlação negativa: entre medidas de f0, estatura e IMC aos quatro anos; correlação positiva entre: estatura e IMC e medidas de Jitter, Shimmer e VTI, bem como entre estatura e NHR nas meninas aos cinco anos; variação da amplitude e estatura aos sete anos nas meninas; SPI e estatura nos meninos, aos cinco e sete anos. Média TMF/a/ de 3,77s aos quatro anos, 5s aos cinco, 5,85s aos seis e 7,5s aos sete nos meninos, nas meninas respectivamente de 3,89s, 4,89s, 5,61s, e 6,61s; TMF/i/ 3,49s aos quatro, 4,96s aos cinco, 5,72s aos seis e 6,88s aos sete nos meninos, nas meninas respectivamente de 3,49s, 4,73s, 5,41s, e 6,63s; TMF/u/ 3,64s aos quatro, 4,85s aos cinco, 5,76s aos seis e 7,08s aos sete nos meninos, nas meninas respectivamente de 3,54s, 4,73s, 5,64s, e 6,47s. TMF/a/ maior nos meninos aos sete anos com correlação positiva com a estatura. Conclusão: estatura pareceu ser a medida antropométrica de maior correlação com as medidas acústicas, relação observada predominantemente nas meninas. As faixas etárias que apresentaram alterações acústicas coincidiram com aquelas classificadas com alteração discreta na avaliação perceptivo-auditiva. Os TMF de crianças aumentam com a idade; TMF/a,i,u/ em segundos ficaram em torno do número de anos de idade; aos sete anos, TMF/a/ foi maior nos meninos, sendo afetado pela estatura; o IMC não mostrou influência sobre os TMF.