Estabelecimento, multiplicação, calogênese, organogênese in vitro e análise da diversidade genética em acessos de Eugenia involucrata DC.
Fecha
2010-02-26Segundo membro da banca
Schuch, Márcia Wullf
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A cerejeira (Eugenia involucrata DC.) é uma espécie florestal brasileira com diversas
características de interesse econômico, especialmente nos setores de silvicultura,
fruticultura, paisagístico, ambiental e medicinal. No entanto, possui sementes recalcitrantes,
as quais começam a perder sua viabilidade após duas semanas de coleta. Além disso, não
existem informações sobre a variabilidade genética desta espécie. Este trabalho objetivou
desenvolver metodologias para o cultivo in vitro de E. involucrata e avaliar a variabilidade
genética existente em acessos desta espécie mantidos in situ e ex situ. Na propagação por
técnicas de cultura de tecidos, avaliou-se a desinfestação de explantes, bem como foram
estudados aspectos de crescimento e desenvolvimento in vitro após a inoculação de
segmentos apicais e nodais em diferentes meios nutritivos. Também foi avaliado o efeito de
diferentes fitorreguladores na otimização da multiplicação in vitro. Para a calogênese in vitro,
foram avaliados métodos de desinfestação superficial, formas de inoculação dos explantes,
introdução de reguladores de crescimento, os efeitos de diferentes regimes luminosos, do
uso de antioxidantes e de citocininas. Foi analisada a formação de calos sobre diversos
aspectos de desenvolvimento. Testaram-se diferentes métodos para a extração de DNA
genômico da espécie, utilizando-se diferentes tecidos vegetais. Realizou-se a análise de
acessos oriundos de populações mantidas in situ e ex situ por meio do uso de marcadores
RAPD. Como resultados, foi possível estabelecer cultivos assépticos da espécie, além
disso, o estabelecimento in vitro pode ser realizado com segmentos apicais e nodais, no
entanto, segmentos nodais oferecem os melhores resultados. O meio ½ MS é o mais
adequado e auxilia na rizogênese, além de outros aspectos de desenvolvimento das
plantas. A utilização de concentrações elevadas de TDZ associadas à ANA permite a
multiplicação de brotos e o surgimento de gemas adventícias em segmentos nodais. GA3
não promove o alongamento dos brotos e, em concentrações elevadas, apresenta-se tóxico.
Para a calogênese in vitro, a melhor forma de cultivo é mantendo-se o explante em posição
abaxial e na ausência de luz. Combinações entre auxinas e citocininas produzem os
melhores índices de calogênese. O emprego da associação 2,4-D e TDZ promove a melhor
formação de calos e de calos candidatos à embriogênese. É possível extrair DNA de boa
qualidade a partir de folhas e câmbios de cerejeira, utilizando-se a maceração com o
tampão de extração concentrado a 10%. A análise com marcadores moleculares RAPD
mostrou-se eficiente na estratificação da variabilidade genética de acessos de cerejeira.
Observou-se que a variabilidade está bem distribuída entre os acessos nas diferentes
populações in situ e que, a população ex situ avaliada, não possui variabilidade satisfatória.
Foi possível gerar informações consistentes que poderão auxiliar o cultivo e o planejamento
de programas de melhoramento da espécie.