Estrutura de comunidades e dinâmica da regeneração natural de floresta estacional decidual no Sul do Brasil
Fecha
2015-05-22Metadatos
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A distribuição de espécies arbustivas e arbóreas está relacionada às diferentes condições ambientais. Nesse contexto, o objetivo geral deste estudo foi verificar a influência de fatores ambientais na estrutura de comunidades e na dinâmica da regeneração natural de espécies arbustivas e arbóreas, em um trecho de Floresta Estacional Decidual, localizado no Parque Estadual Quarta Colônia, Agudo - RS. Os objetivos específicos foram: diferenciar a estrutura e a florística de agrupamentos (grupos florísticos) do componente arbóreo; verificar quais variáveis ambientais influenciaram a estrutura da floresta; identificar quais alterações ocorreram em um ano de monitoramento da regeneração natural; identificar quais variáveis atuaram como limitantes ou facilitadoras do estabelecimento de populações arbóreas e arbustivas. As comunidades florestais foram amostradas em três níveis de inclusão: componente arbóreo (diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 5 cm), em 33 parcelas de 20 m x 20 m (1,32 ha); regeneração natural Classe I (1 cm ≤ DAP < 5 cm), em sub-parcelas de 4 m x 10 m (0,132 ha); e regeneração natural Classe II (DAP < 1 cm e altura ≥ 20 cm), em sub-parcelas de 4 m x 2,5 m (0,033 ha). Constatou-se que o Agrupamento II apresentou maiores valores de diâmetro (40,0 cm) e de área basal (33,825 m2/ha), enquanto o Agrupamento I teve maior riqueza (70 espécies). Os dois agrupamentos apresentaram distribuição diamétrica exponencial negativa, indicando que a floresta tem capacidade de autorregeneração. As espécies com estrutura mais desenvolvida na regeneração natural foram Trichilia elegans, Cupania vernalis e Actinostemon concolor e no componente arbóreo foram Trichilia clausseni, Nectandra megapotamica e Allophylus edulis. As espécies do componente arbóreo apresentaram distribuição relacionada ao relevo, propriedades químicas e textura do solo e características do dossel, das quais apenas a textura não teve relação com as espécies regenerantes. As espécies com maior valor de regeneração natural relativa (RNR) mantiveram seus postos ao final das medições. Detectaram-se diferentes valores para as taxas de ingresso (TI), mortalidade (TM) e regeneração (TR), além de incrementos em altura. Por exemplo, as espécies Myrsine umbellata (TI = 58,3%; TM = 100%) e Annona rugulosa (TM= 37,5%; TM = -37,5%) se destacaram em relação às flutuações do número de indivíduos, enquanto Baccharis sp. (73,3 cm) e Cabralea canjerana (2,5 cm) apresentaram valores antagônicos de crescimento em altura. Tais alterações foram influenciadas por aspectos autoecológicos, dependência de luz e estratégia de dispersão, e algumas variáveis como espessura (altura) da serapilheira acumulada e exposição do relevo. A análise de correlações ambientais das espécies mais abundantes indicou que Actinostemon concolor e Sorocea bonplandii foram tolerantes a solos rasos, com maior grau de pedregosidade, situação recorrente nas florestas do rebordo do Planalto Meridional, enquanto Cupania vernalis e Nectandra megapotamica apresentaram correlação negativa com essas variáveis. As diferentes correlações observadas evidenciam que o uso de espécies arbustivas e arbóreas na restauração florestal deve ser baseado na análise de variáveis ambientais, potencialmente favoráveis ou limitantes.