Potencial antidepressivo e analgésico do 2-(3,4-dimetoxi-fenil)-4,5-diidro-1H-imidazol (2-DMPI) em camundongos

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Date
2012-12-18Quarto membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
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A depressão e a dor coexistem em muitos pacientes e podem ser moduladas pelos mesmos sistemas de neurotransmissores. Nesse contexto, diversos estudos têm demonstrado que antidepressivos da classe dos inibidores da enzima monoamina oxidase-A (MAO-A) apresentam efeito antinociceptivo em diferentes modelos de dor em animais experimentais, assim como ação analgésica em estudos clínicos. Em vista disso, no presente estudo foram avaliadas as propriedades inibitórias sobre a atividade da MAO-A, assim como os potenciais antidepressivo e antinociceptivo do novo composto imidazolínico 2-(3,4-dimetoxi-fenil)-4,5-diidro-1H-imidazol (2-DMPI) em camundongos. Foi observado que o 2-DMPI é um inibidor misto, reversível e preferencial da MAO-A. O tratamento com 2-DMPI (100-1000 μmol/kg, s.c.) produziu um efeito tipo-antidepressivo no teste de suspensão da cauda, sem afetar a atividade motora dos animais. Os camundongos tratados com 2-DMPI (300 μmol/kg, s.c.) apresentaram uma diminuição na taxa de renovação da serotonina e da dopamina em regiões cerebrais específicas, sugerindo que o efeito tipo-antidepressivo desse composto foi mediado pelos sistemas serotoninérgico e dopaminérgico. Isto foi confirmado por experimentos que mostraram que o efeito tipo-antidepressivo do 2-DMPI foi abolido pelo pré-tratamento com antagonistas de receptores serotoninérgicos e dopaminérgicos. A fim de avaliar um possível efeito antinociceptivo do 2-DMPI, foi utilizado um modelo de dor neuropática, induzida pela injúria por constrição crônica (CCI) do nervo ciático, em camundongos. Observou-se que os camundongos submetidos à CCI apresentaram um aumento na atividade da MAO-A na medula espinhal lombar comparado com os animais falso-operados e que o tratamento com 2-DMPI (30-300 μmol/kg, s.c.) reverteu a hiperalgesia mecânica induzida pela CCI. Além disso, o efeito antinociceptivo do 2-DMPI foi revertido pela administração intratecal do antagonista do receptor serotoninérgico 5-HT3, ondansetrona (10 μg/sítio). Esses resultados sugerem que o 2-DMPI, devido à sua capacidade de modular a atividade da MAO-A e, consequentemente, os sistemas monoaminérgicos, parece ser um protótipo promissor para o desenvolvimento de novos fármacos com propriedades antidepressiva e analgésica.