Pino ósseo homólogo conservado em glicerina a 98% na osteossíntese umeral de pombos domésticos (Columba livia)
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar a utilização de um pino ósseo homólogo, conservado em glicerina a 98%, associado a hemicerclagem com poliglactina 910 na osteossíntese umeral transversa de pombos domésticos (Columba livia). Utilizou-se como pino ósseo a parte distal do
tibiotarso, conservado com medula óssea. Foram operados com a técnica 20 pombos domésticos, adultos, não sexados, clinicamente sadios. Esses animais foram separados ao acaso em cinco grupos, com quatro indivíduos. O úmero foi seccionado cirurgicamente na sua diáfise, de forma
transversa e o pino ósseo, após reidratado e limpo da medula óssea foi devidamente implantado no seio do osso pneumático. Orifícios cranial e caudal ao foco da fratura, após ser reduzida, foram efetuados e, por eles, passou-se um fio sintético para efetuar-se hemicerclagem em forma
de Wolff com fio poligalactina 910. Os animais foram avaliados clinicamente, verificando-se o seu estado geral, aspecto da ferida cirúrgica e utilização do membro para o vôo. Radiografias
foram realizadas imediatamente e a cada sete dias após a cirurgia, para avaliar o comportamento do pino ósseo e o tempo de cicatrização da fratura e sua intensidade. Após o período prédeterminado para cada grupo, que foi de 15, 30, 60, 90 e 120 dias, os indivíduos sofreram eutanásia e pode-se assim avaliar macroscopicamente a cicatrização da fratura, bem como internamente, após corte longitudinal, a patência pneumática do úmero e a presença do pino ósseo e sua integridade. Histologicamente avaliou-se a cicatrização da fratura, e os eventos ocorridos nos tempos pré-determinados. A conservação do pino ósseo em glicerina a 98% foi
avaliada através de exames microbiológicos. Clinicamente pode-se notar excelente adaptação à cirurgia e normalidade do uso do membro em todos os animais. Radiológicamente pode-se observar cicatrização da fratura em todos os animais do experimento, aos 15 dias de avaliação, calo ósseo importante aos 30 dias e osso normal aos 90 dias. Macroscopicamente observou-se calo ósseo aos 15 e 30 dias e evoluindo para reabsorção com remodelação completa e perfeita aos 90 dias em todos os animais, internamente, patência pneumática e presença do pino. Histologicamente pode-se dizer que ocorreu cicatrização 15 dias após a cirurgia, cicatrização com remodelação incompleta aos 60 dias e remodelação completa a partir dos 90 dias. Nesse exame,
além de leve a moderada reação inflamatória no período inicial de avaliação, nenhum outro evento foi diagnosticado nos períodos subseqüentes. Concluiu-se que o implante de um pino
ósseo homólogo conservado em glicerina a 98%, associado a hemicerclagem com fio poliglactina 910 em forma de Wolff é uma opção altamente viável na osteossíntese umeral transversa de pombos domésticos.