O modelo desmielinizante do brometo de etídio (be): estudos morfológicos em camundongos C57BL/6 normais e knockout para conexina 32
Date
2007-12-14Segundo membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
Metadata
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São descritas as alterações de microscopia de luz e ultra-estruturais induzidas pelo brometo de etídio no sistema
nervoso central e periférico de camundongos KO para conexina 32. O genótipo KO foi testado por PCR e
confirmado por imunofluorescência negativa para conexina 32. Os animais dos experimentos foram camundongos C57BL-6 normais (controles) e KO para conexina 32. Todos os camundongos foram mantidos em gaiolas de 5 indivíduos em sala climatizada e receberam ração e água à vontade. Uma única injeção de BE 0,1% em salina 0,9% ou de salina 0,9% (5 μl na cisterna basal e 1μl no nervo ciático) foi realizada como descrita em ratos Wistar. Os camundongos eram observados diariamente até ser realizada a eutanásia às 24 e 48 h, 3, 7, 15, 21 e 30 dias após a injeção. Os camundongos foram perfundidos através do coração; um grupo com glutaraldeído 2,5% visando o processamento para microscopia eletrônica; um outro grupo com solução salina
com EDTA e posterior fixação em metacarn para inclusão em parafina. As amostras incluídas em parafina foram
analisadas através dos métodos de hematoxilina e eosina, luxol fast blue e azul de toluidina. Foram realizadas
imunoistoquímica e imunofluorescência visando a marcação de GFAP, CNPase, OSP, S100, e Cx43 e Cx32,
respectivamente. As lesões do SNC eram discretas e tiveram uma fase ativa com desaparecimento das células
gliais; os debris celulares e de mielina foram retirados por um reduzido número de fagócitos. Nos camundongos
KO foram vistos granulócitos em estreito contato com bainhas de mielina em degradação. A remielinização dos
axônios desmielinizados foi realizada exclusivamente por oligodendrócitos nos camundongos KO; nos
camundongos normais, ocasionais células de Schwann podiam ser encontradas remielinizando axônios do SNC.
No nervo ciático, as células de Schwann intoxicadas rejeitaram seus internodos de mielina; após sete dias, finas
bainhas reparadas eram encontradas, com compactação irregular da mielina e alças redundantes (tomacula).
Mastócitos, desgranulados ou não, eram vistos nas lesões do BE e após a injeção de solução salina. Conclui-se
que o reparo das lesões do SNC difere do observado em ratos normais e imunossuprimidos devido à ausência de
remielinização por células de Schwann; a falta de expressão da Cx 32 e o tamanho reduzido das lesões podem ter
contribuído para essa ausência. A regeneração das bainhas perdidas no SNP obedeceu ao padrão descrito para
esse modelo em outras espécies. Sugere-se que a ausência da Cx 32 não afetou o reparo do SNP devido à idade
precoce dos animais.