Isolamento e sorologia de calicivírus e herpesvírus felino no Rio Grande do Sul e caracterização molecular dos isolados de calicivírus
Fecha
2012-03-02Metadatos
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O calicivírus felino (feline calicivirus FCV) e o herpesvírus felino tipo 1 (felid herpesvirus type
1 FeHV-1) são os principais agentes das doenças do trato respiratório dos felinos. Ambos os
vírus são mundialmente distribuídos, mas no Brasil sua distribuição e prevalência são ainda
pouco conhecidas. Na presente tese descrevemos o isolamento e sorologia do FCV e do FeHV-1
em alguns municípios do estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil; e a caracterização molecular
do gene da proteína do capsídeo de isolados de FCV. No Capítulo 1, descreve-se o isolamento do
FCV e do FeHV-1 por meio da coleta de suabes (conjuntival, nasal, oral e orofaringeano) de 302
gatos domésticos. O material coletado foi inoculado em cultivo celular de origem felina (CRFK)
e submetidos a PCR e RT-PCR para confirmação em FeHV-1 e FCV, respectivamente. Dos 302
gatos analisados, 55 (18,2%) foram positivos no isolamento; e quando testados por PCR, 29 dos
55 gatos (52,7%) excretavam o FCV, 21 (38,2%) excretavam o FeHV-1 e 5 gatos (9,1%)
apresentavam ambos os vírus. Além dessa descrição, realizou-se a padronização de um isolado de
FCV e de FeHV-1, para serem utilizados como controle nas técnicas de PCR e na vírus
neutralização [VN] (técnica sorológica utilizada no capítulo 3 da tese). O SV65/90 (FCV) e o
SV534/00 (FeHV-1) foram os isolados definidos como vírus-padrão. No Capítulo 2, incluímos o
estudo sobre a análise molecular de 13 isolados de FCV; dez isolados foram obtidos a partir do
material descrito no capítulo 1, dois estavam armazenados no laboratório de virologia da UFSM e
um foi obtido de um gato acometido pela síndrome gengivo-estomatite. A região analisada foi o
gene da proteína do capsídeo, codificado pela ORF2 (open reading frame), na qual se localizam
as regiões imunodominantes do FCV. A ORF2 foi analisada em nível de nucleotídeos e
aminoácidos; e uma análise filogenética dos 13 isolados brasileiros de FCV, incluindo dez cepas
de referência e o vírus dos leões marinhos de San Miguel tipo 1 (San Miguel sea lion virus type 1
SMSV-1) como um outgroup, foi também realizada. Os primers foram desenhados com base na
sequência completa do genoma da cepa de referência a FCV-F9. Quando os 13 isolados
brasileiros de FCV foram comparados a cepa F9, detectou-se grande diversidade molecular nas
regiões variáveis do gene e nos epitopos lineares mapeados. O Capítulo 3 contem um estudo
sorológico contra FCV e FeHV-1 em amostras de soro de felinos domésticos. Das 630 amostras
testadas pela VN, 53,6% (338/630) foram positivas para um ou ambos os vírus; sendo a
prevalência de anticorpos neutralizantes contra o FCV de 39,2% e do FeHV-1 de 30,6%. Os
resultados aqui apresentados demonstram a circulação do FCV e do FeHV-1 na população de
gatos domésticos analisados, assim como, a presença de gatos portadores para ambos os vírus.
Além disso, a caracterização molecular do FCV demonstrou a grande variabilidade genética dos
isolados brasileiros em comparação às cepas vacinais e às de referência.