17-β Estradiol e resveratrol nos parâmetros bioquímicos e hematológicos de ratas ovariectomizadas submetidas a desmielinização pelo brometo de etídio
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Date
2012-03-05Terceiro membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
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Dentre as doenças neurodegenerativas, as que causam desmielinização do sistema nervoso central tem grande importância, como a esclerose múltipla (EM) que acomete adultos jovens e de meia-idade. Neste sentido, o 17-β estradiol e o resveratrol surgem como substâncias promissoras devido as suas ações antioxidante, antiinflamatória e neuroprotetora. Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito do 17-β estradiol e do resveratrol nos parâmetros bioquímicos e hematológicos em ratas ovariectomizadas submetidas ao modelo de desmielinização pelo brometo de etídio (BE). No primeiro artigo, os animais foram separados em 3 grupos experimentais para cada idade. Os grupos consistiram de controles adultos (Sham-A) e de meia-idade, ratas ovariectomizadas adultas e de meia-idade e ratas ovariectomizadas com reposição por 30 dias com 17-β estradiol adultas e de meia-idade. Após este período, a atividade da AChE foi mensurada no encéfalo,sangue total e linfócitos, e a peroxidação lipídica foi mensurado apenas no encéfalo. Os resultados obtidos demonstraram que a atividade da acetilcolinesterase (AChE) aumentou no estriado (ST) de ratas adultas ovariectomizadas sem e com reposição estrogênica, e de meia-idade sem reposição. No hipocampo (HP) também foi observado um aumento na atividade desta enzima apenas nas ratas de meia idade sem reposição do hormônio. A inibição na atividade da AChE ocorreu no ST e no córtex cerebral (CC) de ratas adultas com reposição estrogênica e nas ratas de meia-idade com e sem reposição hormonal. A atividade da AChE aumentou no sangue total de ratas adultas com reposição estrogênica e diminuiu nas ratas de meia-idade sem 17-β estradiol. Nos linfócitos foi observado um aumento na atividade da AChE de ratas adultas com ou sem reposição de estrógeno, e inibida no grupo de meia-idade sem reposição estrogênica.Houve um aumento na peroxidação lipídica em todas as estrituras encefálicas dos animais adultos ovariectomizados e córtex cerebral e cerebelo dos animais de meia-idade ovariectomizados.. Nos manuscritos, os animais foram divididos em 5 grupos para avaliar a fase de desmielinização e outros 5 grupos para avaliar a fase de remielinização. Em cada fase, os grupos consistiram de ratas controle; ratas ovariectomizadas; ratas ovariectomizadas e desmielinizadas; ratas ovariectomizadas tratadas com 17-β estradiol (maunscrito 1) ou resveratrol (manuscrito 2); e ratas ovariectomizadas e desmielinizadas tratadas com 17-β estradiol (manuscrito 1) ou resveratrol (manuscrito 2). No manuscrito 1, investigou-se os efeitos do 17-β estradiol sobre os parâmetros relacionados a atividade da AChE encefálica, do sangue total e dos linfócitos, e atividade da butirilcolinesterase (BuChE) por um período de 7 ou 21 dias. Quando a ovariectomia foi associada a desmielinização pelo BE foi observado um aumento na atividade da AChE em todas as estruturas estudadas, na desmielinização e na remielinização A suplementação estrogênica estabilizou a atividade da AChE na desmielinização e inibiu a atividade da enzima no CC, ST e cerebelo (CE) na remielinização, além de conseguir prevenir o prejuízo cognitivo induzido pela ovariectomia. A atividade da butirilcolinesterase (BuChE) aumentou na fase de desmielinização e esteve inibida na fase de remielinização nas ratas tratadas com 17-β estradiol. Já a AChE sanguínea apresentou elevação de sua atividade nas ratas desmielinizadas, não-desmielinizadas com reposição estrogênica e desmielinizadas com reposição estrogênica em ambas as fases. A atividade da AChE dos linfócitos aumentou nas ratas desmielinizadas, enquanto nos demais grupos houve uma inibição na atividade desta enzima na fase de desmielinização. No manuscrito 2, avaliou-se o efeito do resveratrol no hemograma e na atividade da AChE de linfócitos. Apenas o uso do resveratrol por 7 dias diminuiu a atividade da AChE nos linfócitos de ratas submetidas a ovariectomia e nas ratas com ovariectomia e desmielinização, sem alterar o número dos linfócitos na circulação. Assim, os resultados obtidos neste estudo demonstraram que o 17-β estradiol e o resveratrol modulam a atividade da AChE neuronal e não-neuronal. Os efeitos da terapia estrogênica são dependentes da idade e da estrutura encefálica a ser analisada. Além disso, a queda estrogênica é prejudicial ao sistema colinérgico. Os efeitos danosos da ovariectomia podem ser potencializados na presença de desmielinização, sendo estes em grande parte revertidos com o uso do 17-β estradiol. Assim, este estudo colabora para uma melhor compreensão do uso da terapia de reposição estrogênica e terapias alternativas, como o resveratrol, em condições menopáusicas e, principalmente, em doenças neurodegenerativas que cursem com o processo de desmielinização, como a EM. Se ratificados estes resultados na espécie humana, estes compostos poderão ser considerados novas estratégias terapêuticas para as mulheres.