Patogenia da infecção aguda e latente pelo herpesvírus bovino tipo 5 e por recombinante com deleção no gene da timidina quinase em ovinos
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2013-07-05Metadatos
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O herpesvírus bovino tipo 5 (BoHV-5) é um alfaherpesvírus associado com meningoencefalite, uma doença de grande importância em bovinos na América do Sul. Recombinantes de alfaherpesvírus defectivos em genes não essenciais vem sendo utilizados para o estudo da função de produtos gênicos e também para a produção de vacinas. O gene da enzima timidina quinase (tk) tem sido deletado para produzir cepas atenuadas com fins vacinais. A enzima timidina quinase (TK) é necessária para a replicação eficiente desses vírus no sistema nervoso central (SNC), e a sua deleção ou inativação está associada com a redução da virulência. Assim, o presente trabalho teve como objetivo estudar a patogenia e caracterizar aspectos clínicos e virológicos da infecção aguda e latente pelo BoHV-5 (cepa SV-507/99) e por um recombinante com deleção no gene da tk (BoHV-5tkΔ) em ovinos. O capítulo 1 relata a caracterização da infecção pelo BoHV-5 em ovinos. Durante a infecção aguda, cordeiros inoculados com o BoHV-5 (SV-507/99), excretaram vírus em secreções nasais por até 11 dias pós inoculação (pi) e desenvolveram anticorpos neutralizantes em títulos de 16 até 128. A administração de corticoides durante a latência (dia 65 pi) resultou em reativação e excreção viral durante 3 a 8 dias. Sugere-se, assim, que ovinos podem ser utilizados como modelos animais para o estudo da biologia da infecção latente pelo BoHV-5. No capítulo 2, investigou-se a capacidade do BoHV-5tkΔ em estabelecer e reativar a infecção latente em ovinos. Após inoculação viral, o vírus recombinante manteve a capacidade de replicar na cavidade nasal. No dia 40 pi, DNA viral latente foi detectado nos gânglios trigêmeos (TG) de todos os animais, porém demonstrou-se, uma significativa redução (9,7 vezes; p<0,001) na quantidade de DNA do vírus recombinante em relação ao vírus parental, determinado por PCR em tempo real. Após tratamento com dexametasona (Dx), não foi detectado vírus nas secreções nasais dos animais inoculados com o vírus recombinante, contrastando com a excreção viral nos
ovinos inoculados com o vírus parental. Porém, alguns suabes nasais dos animais inoculados com o BoHV-5tkΔ foram positivos para o DNA viral, indicando assim, baixos níveis de reativação. Logo, a atividade da TK no BoHV-5 não é necessária para o estabelecimento de latência, mas é crucial para uma reativação eficiente. O capítulo 3, relata uma investigação da capacidade do BoHV-5 e BoHV-5tkΔ em estabelecer e reativar a infecção latente em tecidos linfoides. Durante infecção latente, DNA viral foi detectado nos TGs, tonsilas faringeal e palatina e no linfonodo retrofaríngeo de todos ovinos inoculados com ambos os vírus (parental e recombinante). No dia 40 pi, foi administrada Dx nos animais para induzir reativação viral. Foi detectado RNA mensageiro (mRNA) da glicoproteína B (gB) do BoHV-5, no TG, linfonodos retrofaríngeos e tonsilas dos cordeiros inoculados com o vírus parental. Nos animais inoculados com o BoHV-5tkΔ, mRNA foi detectado apenas nas tonsilas. Logo, sugere-se que tecidos linfoides também são sítios de latência para o BoHV-5 e do recombinante BoHV-5tkΔ, podendo estes vírus serem reativados à partir destes locais. A reativação do recombinante, no entanto parece ocorrer apenas em tecidos linfoides e não em tecidos neurais. Em resumo, os resultados deste estudo contribuem para o conhecimento da patogenia e caracterização da infecção pelo BoHV-5 e pelo recombinante.