Doença tálamo-cortical. Análise retrospectiva em cães e trauma experimental em coelhos
Resumo
Os objetivos deste estudo foram: realizar um estudo retrospectivo sobre epilepsia em cães e outro com
epilepsia idiopática atendidos no Serviço de Neurologia Veterinária, do Hospital Veterinário
Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria e utilizar a sonda uretral flexível como
método alternativo para aferição da pressão intracraniana em coelhos com trauma cranioencefálico
induzido pelo cateter de Fogarty 4 Fr (balão epidural) e comparar os dados obtidos com o método
convencional de cateter de ventriculostomia. No primeiro artigo, foram selecionados os registros de 66
cães com diagnóstico presuntivo de epilepsia, sendo que 66,7% apresentaram epilepsia primária,
21,2% com sinais clínicos e em 12,1% com prováveis sinais clínicos. Os cães sem raça definida foram
os mais acometidos e a faixa etária predominou entre um e cinco anos de idade. A crise epiléptica
generalizada tônico-clônica foi a mais observada, a ocorrência maior das crises foram durante a noite;
os sinais mais observados foram: a procura pelo tutor no período pré-ictal e o andar compulsivo no
período pós-ictal. No segundo artigo, foram incluídos 21 cães com epilepsia idiopática, com média de
idade para o início das crises epilépticas de 3,4 anos, apresentando em média 25,7 crises epilépticas
antes do início do tratamento e o diagnóstico presuntivo foi determinado em média 71 dias após a
primeira crise. Foi utilizada a monoterapia com fenobarbital na maioria dos cães e dose variou entre
1,4 a 12 mg kg-1 e a concentração sérica teve média de 26,41 μg ml-1. Após o início do tratamento
houve uma redução significativa das crises epilépticas. 19% dos cães apresentaram remissão das crises
epilépticas. Nos exames hematológicos, foi observado aumento da FA em 23,81% e da ALT em
14,29%, diminuição da proteína total em 42,86%, hipoalbuminemia em 9,5% dos cães e não foi
observado aumento nos níveis da AST. As principais lesões secundárias observadas foram lesão
hepática e hipotireiodismo. No terceiro estudo, coelhos da raça Nova Zelândia foram distribuídos
aleatoriamente em dois grupos, denominados G1: mensuração da PIC com cateter de ventriculostomia
(n=6) e G2: mensuração com sonda uretral (n=6). Foram realizadas duas craniotomias nas regiões
parietal direita e esquerda para a implantação do cateter de ventriculostomia ou da sonda uretral
flexível e o balão epidural, respectivamente. Foram mensuradas a PAM, PPC, FC, FR e a TR antes e
após a craniotomia. A PIC foi avaliada após a craniotomia e a cada cinco minutos depois do
preenchimento do balonete com 0,3 ml de NaCl 0,9% permanecendo por 40 minutos e, com 0,6 ml
pelo mesmo período de tempo. A PIC aumentou em ambos os grupos, sendo menores os valores
registrados com a sonda uretral flexível. Embora haja a necessidade de outros estudos, a sonda uretral
flexível demonstrou ser um método alternativo de mensuração da PIC em coelhos com trauma
cranioencefálico.