Atividade antinociceptiva de derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1h-pirazol-1-carboxiamida em modelos animais de nocicepção aguda e crônica
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Data
2008-08-06Quarto membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
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Identificar a causa da dor e aliviá-la é, com certeza, parte importante do tratamento de
qualquer patologia. Infelizmente, nem todas as modalidades de dor possuem um tratamento
adequado atualmente. Muitos pacientes não respondem aos fármacos disponíveis ou, então
apresentam efeitos adversos graves que impedem a continuidade do tratamento. Desta
forma, existe a necessidade de pesquisar novas drogas que sejam mais eficazes e que
produzam menos efeitos indesejados. Os derivados pirazolínicos são conhecidos pela sua
excelente eficácia como analgésicos. Por esse motivo, o NUQUIMHE e o LABNEURO têm
unido esforços na intenção de sintetizar e avaliar os efeitos biológicos de vários compostos
pirazolínicos. No presente trabalho, foi avaliado o efeito antinociceptivo e antiedematogênico
de uma série de derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol carboxiamida (2a-j) em
modelos de nocicepção aguda e crônica em camundongos e ratos. Também foi feita uma
avaliação preliminar da toxicidade dos compostos mais ativos, após administração crônica,
além da avaliação de alguns parâmetros bioquímicos relacionados à inflamação. Oito dos 10
compostos testados apresentaram efeito antinociceptivo no teste da formalina em
camundongos. Os dois compostos de maior eficácia (2c e 2j) foram também avaliados nos
testes da placa quente, da carragenina e da artrite induzida por adjuvante completo de
Freund (CFA). Tais compostos não causaram efeito na nocicepção térmica, mas foram
eficazes na diminuição do edema induzido por carragenina em camundongos. No modelo de
artrite em ratos, os compostos 2c e 2j causaram antinocicepção, mas não diminuição do
edema. Esse efeito foi observado após administração aguda e crônica, e teve longa
duração. Os níveis séricos de haptoglobina e a atividade tecidual da mieloperoxidase não se
apresentaram alterados nos ratos tratados cronicamente com 2c e 2j, indicando que esses
compostos, provavelmente, não possuem ação antiinflamatória. Os parâmetros de
toxicidade renal e hepática (uréia, creatinina, aspartato aminotransferase e alanina
aminotrasferase) não se apresentaram alterados, bem como não foram encontrados sinais
de lesão da mucosa gástrica, nem evidências de desenvolvimento de tolerância ao efeito
antinociceptivo nos ratos tratados cronicamente com 2c e 2j. Nenhum dos compostos
testados causou alteração na atividade locomotora de camundongos e ratos. Os resultados
encontrados neste trabalho sugerem que essa nova classe de derivados pirazolínicos
parece promissora no que diz respeito ao desenvolvimento de novas drogas analgésicas.