A degradação ambiental nos municípios do Rio Grande do Sul e a relação com os fatores de desenvolvimento rural
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2014-03-07Metadatos
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A degradação ambiental apresenta-se como um grande desafio para uma diversidade de
países. Isso é decorrente do maior conhecimento que se obtém sobre as transformações que o
meio ambiente mundial vem sofrendo. Este fenômeno pode ser entendido como a destruição,
deterioração ou desgaste que é gerado no meio ambiente a partir das atividades humanas e
inerentes à natureza. Neste sentido, muitas das mudanças oriundas da degradação ambiental
são consequências da atividade agropecuária, e, no cenário brasileiro, essa questão tem
também grande parcela decorrente da exploração da agropecuária, em vista da importância
desse tipo de atividade para o país. A degradação ambiental pode ser mensurada por meio da
criação de um Índice de Degradação Ambiental Agropecuária (IDAA). Devido aos impactos
da degradação ambiental oriundos das atividades agropecuárias, ocorrem alterações no
desenvolvimento rural das localidades, pois o ambiente rural está em uma realidade mais
próxima da ocorrência desse fenômeno por esse tipo de atividade. Dentro do contexto do Rio
Grande do Sul, verifica-se a escassez de trabalhos que mensurem a degradação ambiental. A
fim de caracterizar a degradação ambiental agropecuária no Rio Grande do Sul e ainda
preencher a lacuna na literatura quanto à relação entre esse fenômeno e outros aspectos do
desenvolvimento das regiões, o problema de pesquisa deste trabalho pode ser sintetizado da
seguinte forma: qual o padrão de degradação ambiental agropecuário dos municípios gaúchos
e como esse fenômeno é impactado pelos fatores de desenvolvimento rural em dois períodos
distintos de tempo. Portanto, o objetivo geral deste trabalho foi o de analisar o padrão de
degradação ambiental agropecuário dos municípios gaúchos e verificar como esse padrão é
impactado pelos fatores de desenvolvimento rural desses mesmos municípios em dois
períodos distintos de tempo. Neste sentido, foi utilizada a metodologia do Índice de
Degradação Ambiental Agropecuária (IDAA) como proxy para a degradação ambiental
agropecuária e a técnica de análise fatorial para encontrar os fatores determinantes do
desenvolvimento rural dos municípios gaúchos. A fim de estudar o impacto desses fatores na
degradação ambiental agropecuária do Rio Grande do Sul, foi estimado um modelo de
regressão com dados em painel por meio do método de Efeitos Fixos. Os valores de
degradação ambiental agropecuária para as mesorregiões gaúchas mostraram-se elevados para
os dois anos estudados, e a mesorregião Centro Oriental apresentou as maiores médias de
degradação, com valores de IDAA de 84,58% em 1996 e 85,16% em 2006. Referente à sua
escala, essa mesorregião também apresentou os piores resultados, com 47,62% dos seus
municípios com padrão de degradação com escalas de grau acima do valor médio em 1996 e
em 2006. Com relação à variação da degradação ambiental agropecuária nos dois
anospesquisados, nota-se uma pequena variação no valor do índice de um ano para o outro,
isto é, de apenas 0,02%. Os fatores de desenvolvimento rural encontrados para o Rio Grande
do Sul foram Condições de Moradia e Educação Rurais (F1); Estrutura e Desempenho do
Setor Agropecuário (F2); Alavancagem e Corretivos da Produção Rural (F3); Área de
Produção da Agropecuária (F4); Energia Elétrica Rural (F5); e Econômico e Financeiro Rural
(F6). Nas relações entre o IDAA e os fatores, todos os coeficientes demonstraram
significância estatística. Os fatores F1, F3 e F5 apresentaram relação positiva com a
degradação, demonstrando que, quanto mais desenvolvidas as regiões nesses aspectos,
maiores serão os níveis de degradação, justificados, respectivamente, pelo dilema ambiental
do Rio Grande do Sul, pelo uso excessivo dessas práticas e pelo uso irracional dos recursos
elétricos. De maneira contrária, os fatores F2, F4 e F6 apresentaram relação negativa,
justificada, respectivamente, pelo pressuposto agroecológico, pela preocupação com as
questões ambientais e pela relação inversa entre degradação e o aspecto econômico.