As decisões estratégicas e a influência do planejamento estratégico formal: o caso do município de Santiago/RS
Resumo
O planejamento estratégico como técnica teve seu auge no Brasil por volta de 1990 nas empresas, e essa expectativa positiva expandiu-se para as organizações públicas como uma panaceia para todas as mazelas desse setor. Questionando o otimismo excessivo, este estudo analisou se a tomada das decisões estratégicas dos gestores públicos da Prefeitura Municipal de Santiago/RS segue o planejamento estratégico formal. O presente trabalho é um estudo de caso e, a fim de atingir o objetivo proposto, este assume caráter descritivo e com tratamento qualitativo dos dados através da técnica de análise de conteúdo. Participaram da pesquisa sete gestores de diferentes níveis hierárquicos da prefeitura municipal, e utilizaram-se como instrumentos de coleta de dados a análise de documentos e entrevistas guiadas por um roteiro (protocolo) pré-estabelecido. As entrevistas foram transcritas sob a autorização dos respondentes para que fosse feita a análise de conteúdo à visão de Bardin (2006). Para tanto, as entrevistas foram submetidas a sucessivas leituras de modo a identificar a presença de certos conteúdos, cujas categorias de análise foram: ciclo de planejamento, decisões programadas e não programadas (intuição), burocracia, a importância do planejamento estratégico no setor público, a continuidade das ações estratégicas, as mudanças políticas/legais federal e estadual, participação comunitária e perfil inovador. Em um segundo momento, iniciou-se a procura de fatores que se enquadrassem nas categorias em análise. Ou seja, buscou-se encontrar as palavras que eram relevantes em todo o conteúdo de cada resposta e que possuíam o mesmo sentido, e foram eliminados aqueles sem pertinências para esta pesquisa. As entrevistas ocorreram nos meses de março e julho de 2014. Os principais resultados encontrados expõem que o planejamento estratégico influencia a tomada de decisão dos gestores municipais, pois nos treze anos de sua elaboração e implementação atingiu 83% das ações executadas, em 2013. No entanto, o feeling dos gestores e seu perfil de liderança são essenciais para lidar com situações emergenciais e cunhar o diferencial na gestão pública.