Comportamento germinativo das sementes de Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil. (Caricaceae)
Fecha
2015-05-22Metadatos
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Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil. (Caricacea) é uma espécie nativa do Rio Grande do Sul, popularmente conhecida como jaracatiá ou mamãozinho do mato e tradicionalmente utilizada na elaboração de doces. Seus frutos podem ser consumidos in natura ou processados. Além disso, é indicada para restauração de áreas degradadas e tem potencial econômico, através da extração da enzima papaína, amplamente utilizada nas indústrias alimentícia e farmacêutica. Apesar de sua importância, são escassos estudos básicos referentes à reprodução sexuada da espécie. Este trabalho teve o objetivo de estudar a germinação das sementes e emergência de plântulas. Para isso, frutos maduros foram coletados a partir de indivíduos crescendo naturalmente nos distritos de Boca do Monte e Pains, Santa Maria, RS e as sementes utilizadas para seis experimentos de germinação. Foram avaliados diferentes substratos (areia, papel e vermiculita) e diferentes formas de semeaduras (sobre ou entre); ausência ou presença de luz (fotoperíodo de 16 horas), combinadas com temperaturas constantes (20, 25 e 30ºC) e alternada (20-30ºC); influência das épocas de coleta dos frutos (fevereiro, março, abril e maio de 2014); armazenamento dos frutos em refrigerador a 10 ± 1ºC por uma semana ou não (frutos frescos), associado a tratamentos pré-germinativos nas sementes; frutos armazenados em refrigerador a 10 ± 1ºC e subsequente armazenamento ou não das sementes nas mesmas condições, as quais foram submetidas ou não a tratamentos pré-germinativos; armazenamento das sementes em diferentes temperaturas (10 ou 25ºC) e períodos de tempo (30, 60, 90,120 e 150 dias). Em sementes armazenadas por 150 dias foi realizado teste de tetrazólio e teste de germinação testando-se semeaduras sobre e entre vermiculita e tratamentos pré-germinativos. Em casa de vegetação, a emergência de plântulas foi estudada após secagem ou não das sementes à temperatura ambiente por 72 horas e a remoção ou não da mucilagem que reveste o tegumento das mesmas. A semeadura sobre vermiculita foi a mais adequada à germinação das sementes. As temperaturas de 25ºC e 20-30 ºC associadas à presença de luz (fotoperíodo de 16 horas) e ausência total de luz, respectivamente, propiciaram os melhores resultados de germinação das sementes, que comportaram-se como fotoblásticas positivas preferenciais nas temperaturas constantes e fotoblásticas neutras em temperatura alternada. A germinação das sementes submetidas às temperaturas constantes e ausência de luz, foi praticamente nula. Sementes coletadas no mês de fevereiro mostraram maior potencial germinativo. Sementes retiradas de frutos frescos e embebidas em água por 24 horas e retiradas de frutos armazenados em refrigerador a 10 ± 1ºC e tratadas com GA3 apresentaram as maiores porcentagens de germinação. O armazenamento das sementes em refrigerador a 10 ± 1ºC por uma semana não favoreceu a germinação e o armazenamento das mesmas por diferentes períodos e temperaturas causou redução no potencial germinativo. Entretanto, após 150 dias de armazenamento, o teste de tetrazólio indicou que as sementes estavam viáveis, o que se confirmou no teste de germinação realizado com sementes do mesmo lote e tratadas com GA3, as quais apresentaram alto potencial germinativo, demonstrando seu comportamento ortodoxo por períodos de armazenamento até cinco meses. Em casa de vegetação, houve altas taxas de emergência de plântulas em todos os tratamentos, além desta apresentar-se rápida e uniforme.