Controle de qualidade, análise fitoquímica e atividade antimicrobiana de Bidens pilosa Linnaeus (Asteraceae)
Resumo
A utilização dos recursos naturais como forma de tratamento e cura de doenças é um método antigo e ainda muito utilizado. O estudo teve por objetivo determinar a atividade antimicrobiana e os metabólitos secundários, a partir de plantas de Bidens pilosa L. obtidas em diferentes cultivos, bem como realizar o controle de qualidade físico-químico da droga vegetal. Estudando a germinação in vitro foram testados diferentes condições e períodos de armazenamento dos diásporos, e com a ex vitro diferentes preparos de substrato. Na micropropagação, foram utilizados segmentos apicais e nodais, e combinações de BAP e ANA. As condições e período de armazenamento dos diásporos influenciaram na germinação, com maior porcentagem de germinação quando mantidos a 25ºC por 30 dias (60,4%), e por 120 dias a 10ºC (75%). Com o cultivo em casa de vegetação não houve diferença na porcentagem de germinação entre os diferentes preparos de substrato (76% não autoclavado e 70% autoclavado). Na micropropagação, a ausência de fitorreguladores proporcionou a maior porcentagem de brotações (37,5% segmento apical e 10% segmento nodal). A partir das plantas obtidas dos diferentes cultivos, tradicional (CT), casa de vegetação (CV), germinação in vitro (GI) e micropropagação in vitro (MI), foram realizados extratos e frações, avaliando-se a atividade antimicrobiana. A melhor atividade antibacteriana foi obtida com a fração butanólica (CT), com S. epidermidis (CIM-16 μg/mL) e a melhor atividade antifúngica foi obtida com as frações hexânica (CV) e clorofórmica (CT) com S. cerevisae (CIM-16 μg/mL). A análise por CLAE-DAD identificou ácido clorogênico, ácido caféico e rutina. Onde os maiores teores de ácido clorogênico foram com extrato e fração acetato de casa de vegetação (22,92 e 10,32 mg/g, respectivamente) e fração butanólica de cultivo tradicional (21,71 mg/g); os maiores teores de rutina encontradas foram com extrato, fração acetato e butanólica de cultivo tradicional (46,39; 229,81 e 23,16 mg/g, respectivamente). Os parâmetros de controle de qualidade estabelecido para o material vegetal, permite o uso de B. pilosa com qualidade e segurança. Os diferentes cultivos de B. pilosa proporcionaram uma variação na produção de metabólitos secundários, e aos compostos identificados pode ser atribuída a atividade antimicrobiana da espécie vegetal.