Possíveis territorialidades e a produção crítica da arte suturas e sobrejustaposições entre vestes sem corpos e corpos sem vestes
Fecha
2010-04-14Metadatos
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Esta pesquisa, que se insere na linha de pesquisa Arte e Cultura, tem como objetivo investigar quais os processos de subjetivação que podem ocorrer a partir da sutura e
da sobrejustaposição (entendidos enquanto conceitos instrumentais que comungam ao mesmo tempo da idéia da justaposição e da sobreposição) das imagens das
obras de Claudia Casarino (instalação, sem título, 2005) trazendo vestes sem corpos, as quais eu chamo de vestes incorporadas e de Vanessa Beecroft (performance, vb45, 2001) propondo corpos sem vestes, as quais eu nomeio de
corpos dessubjetivados . Para embasar o processo discutiu-se tais imagens no âmbito dos conceitos de território e produção crítica da arte para produzir sentidos juntamente a algumas das teorias contemporâneas que tangenciam a questão do
corpo, da subjetividade e das vestes entendidos aqui como possíveis territorialidades. Para tanto, construiu-se ao longo da pesquisa um diário visual que traz anotações verbais (escritas) e visuais (desenhos e colagens) que dialogam ao
longo do texto com as imagens das obras em questão. O trabalho subdivide-se em três grandes eixos, nos quais discute-se primeiramente a metodologia e o contexto
que insurge o trabalho, posteriormente as imagens propostas isoladamente para finalmente pensar possíveis suturas e sobrejustaposições entre as mesmas. Em Casarino nos deparamos com objetos instalados que adquirem uma sobre-vida através de nossos olhos. Sombras e vestes que dançam, ainda que estáticas na sala onde a obra está instalada e remetem-se a corpos presente-ausentes. Em Beecroft encontramos corpos que ainda que presentificados, ou com a possibilidade de vida e movimento, estão estáticos, apáticos, estranhamente organizados como coisas. Configuram uma espécie de instalação com objetos/corpos que geram
desaparecimentos uns frente aos outros. Se o corpo e, por analogia, a veste podem ser pensados como territórios, podemos inferir que na obra de Casarino há o território, mas não os ocupantes do mesmo e talvez por isso uma presença espectral que subentende os corpos que por eles passaram ou poderão passar. Já no trabalho de Beecroft, os corpos se dessubjetivam na medida em que se apresentam repetidos, nus, portanto desterritorializados, entendendo que tal território se desfaz para formular outro tipo de território sem margens.