Parâmetros metabólicos e íons plasmáticos de piavas (Leporinus obtusidens) expostas a diferentes níveis de oxigênio dissolvido e amônia
Resumo
Juvenis de piava (7-13 cm; 25-30 g) foram expostas a diferentes níveis de NH3 (em mg L-1): 0,003 ( controle); 0,1; 0,3; 0,7; 1,4, e oxigênio dissolvido: 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e
6,0 mg O2 L-1, por 4 dias (96h). Foram analisados os níveis plasmáticos de Na+,K+, Cl- e NH4 +, bem como metabólicos e enzimas nos tecidos (fígado, rim, brânquias e músculo esquelético). A CL50-96h para a piava foi de 0,27 (0,21 - 0,34) mg L-1 NH3, as concentrações plasmáticas de Na+ e NH4 + aumentaram com a crescente concentração de NH3 na água, já o K+ diminuiu e o Cl- manteve-se estável. A
atividade da Na+, K+ -ATPase nas brânquias aumentou com a elevação da concentração de NH3 na água, enquanto que no rim houve redução da atividade. Os níveis de glicose no fígado e músculo reduziram proporcionalmente com o aumento
da concentração de NH3. Os níveis de NH4 + nos tecidos tiveram correlação positiva em relação à concentração de NH3 na água. Em piavas expostas a diferentes níveis
de oxigênio dissolvido, as concentrações plasmáticas de Na+, Cl-, K+ e NH4 + diminuíram e a atividade da Na+, K+ -ATPase nas brânquias aumentou com a redução do oxigênio na água. Os níveis de glicose no fígado, rim e músculo aumentaram de acordo com a redução do oxigênio dissolvido na água. Porém os níveis de glicogênio reduziram. A concentração de amônia aumentou em todos os tecidos de acordo com a redução do oxigênio dissolvido na água. Na piava, a hipóxia provocou mudanças fisiológicas, tanto na osmorregulação como nos
parâmetros metabólicos, após a exposição a diferentes níveis de oxigênio dissolvido. Portanto, o experimento confirmou que a amônia é um agente estressor para o peixe, inclusive em baixas concentrações, causando acumulação de amônia no
plasma e em outros tecidos.