Fatores influentes sobre atropelamentos de vertebrados silvestres em rodovias da região central do estado do Rio Grande do Sul, Brasil
Fecha
2010-08-23Metadatos
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A perda de habitats ou sua fragmentação e a diminuição da conectividade entre ambientes são aspectos comuns em regiões com rodovias. Esses impactos têm estreita ligação
com atropelamentos de vertebrados silvestres. O presente estudo visou identificar e quantificar os fatores que influenciam direta e indiretamente sobre esses acidentes. Foram monitorados quatro trechos (norte, sul, leste e oeste) de 100 km das rodovias BR 158, 287, 392 e RST 241, através de 48 percursos, um por semana em trecho diferente a cada viagem, no período de dezembro 2008 a dezembro 2009. O exame das pistas foi iniciado a partir da cidade de Santa Maria-RS, no km zero do percurso, localizado na periferia do município, e o retorno pela mesma BR ocorreu depois de percorridos 100 km na rodovia. Ao término do monitoramento, a quantidade de animais registrados foi de 829 indivíduos, pertencentes a quatro classes, 43 famílias, oito ordens e 83 espécies. O percentual de atropelamentos de mamíferos foi de 51,6%, de aves 31,9%, répteis 11,7% e de anfíbios 4,7%. O esforço amostral de 9600 km percorridos resultou na média de 0,086 animal atropelado/km. Os vertebrados mais atropelados foram: na classe dos mamíferos o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), com 135 registros, zorrilho (Conepatus chinga), com 62, cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), com 52; em aves a avoante (Zenaida auriculata), com 39 registros e joãode-barro (Furnarius rufus), com 39; em répteis o lagarto-teiú (Tupinambis merianae), com 42 registros, e em anfíbios o sapo cururu (Rhinella icterica), com 20 animais. Foram significantes para a ocorrência dos eventos, variáveis como a sazonalidade, o tipo de matriz do entorno imediato ao acidente, a pluviosidade e a temperatura, além da composição
faunística nos quatro trechos de rodovias. Não foram identificadas medidas mitigatórias eficientes nas pistas. Sugeriu-se a instalação de meios para a transposição das rodovias pela fauna, as quais podem minimizar os atropelamentos em áreas críticas identificadas. Entretanto, ainda são necessários mais estudos, a fim de identificar características específicas das rodovias e das espécies presentes na região.