Suprimento de potássio em argissolo com histórico de adubação potássica
Resumo
Em alguns solos com baixos teores de potássio trocável (Kt), as plantas absorvem quantidades aparentemente maiores que as disponíveis, indicando que formas não trocáveis (Knt) participam no suprimento às plantas. Como se usa adubação para aumentar a capacidade de suprimento de longo prazo, foram conduzidos dois experimentos para; a) avaliar a exaustão de potássio nativo e adicionado no solo por uma sucessão de cultivos e por extrações sucessivas com extrator químico; b) estudar a dinâmica da participação das diferentes formas de potássio no suprimento a uma sucessão de cultivos e; c) observar a eficiência de potássio adicionado em solo submetido a um sistema de adubações escalonadas. Este trabalho foi realizado a partir de um experimento de campo instalado em 1991, em cuja distribuição de tratamentos se adicionaram 0, 720, 900 e 1080 kg K ha-1 de forma escalonada. Destes, foram realizados dois experimentos: o primeiro denominado experimento de casa de vegetação, e o segundo experimento de campo. No primeiro, as amostras de solo foram coletadas do experimento de campo na camada 0-10 cm das parcelas testemunha e naquela que recebeu a maior dose de potássio, as quais apresentavam teores de 28 e 80 mg K kg-1, respectivamente. O solo foi seco, peneirado e acondicionado em vasos com 3 Kg e posteriormente construído um gradiente para ambos teores iniciais adicionando-se as doses de 0, 10 e 30 mg K kg-1 de solo até o terceiro cultivo, e 0, 20 e 60 nos dois últimos cultivos. A adubação fosfatada e com micronutrientes foi realizada no início do experimento e após o terceiro cultivo. Realizaram-se cultivos sucessivo de aveia, trigo, soja, milho e feijão-de-porco, em casa de vegetação, as quais foram colhidas na fase de floração, secas, pesadas, digeridas e determinado o teor de potássio absorvido. Após cada cultivo, uma amostra de solo foi coletada para as análises com os extratores de Mehlich 1, HNO3 1mol L-1 fervente, NaBPh4 e digestão ácida. A análise estatística foi realizada com a análise da variância dos níveis de K adicionado sobre a produção de matéria seca, teores de K absorvido e os teores extraídos com os extratores de Mehlich 1, HNO3 1mol L-1 fervente e NaBPh4, e o efeito dos níveis de K sobre o solo A1 e A2. Os teores de K absorvido pelos cultivos e extraídos pelo extrator Mehlich 1, HNO3 1mol L-1 fervente, NaBPh4 e digestão ácida, realizou-se a correlação linear de Pearson (p>0,05). O experimento de campo foi conduzido com o cultivo de soja safra 2003/04 e trigo safra 2004. A cultura da soja foi adubada com 100kg de P2O5 ha-1 na linha de semeadura, em quanto que para o trigo foram utilizados 50kg P2O5 ha-1 e 22kg N, e 40kg N em cobertura. A colheita das culturas realizou-se numa área de 8m2 em cada sub-parcela, os grãos foram pesados e a umidade corrigida para 13%. Após cada cultivo coletaram-se amostras de solo na profundidade de 0-10cm em cada sub-parcela e determinaram-se os teores de K disponíveis com o extrator de Mehlich 1. O procedimento estatístico adotado foi da análise da variância e ajuste de regressões polinomiais às médias. A produção de matéria seca e os teores de K absorvido nos cultivos demonstraram que houve diferença significativa aos níveis de K adicionado. Não se observou interação entre os níveis de K adicionado e os solos A1 e A2 para a maioria dos cultivos. Os extratores mostram-se adequados para predição do K acessado pelas plantas, isto deve ter ocorrido porque todas as formas do solo parecem contribuir concomitantemente com o suprimento de K às plantas. A produtividade de grãos de soja em resposta a adição de K é verificada quando de adições freqüentes e em pequenas doses, independente de adições maciças em anos anteriores, com o objetivo de aumentar os níveis de K no solo e em produção. A produção de grãos de trigo em sucessão a soja obedece o mesmo padrão de disponibilidade, mas responde à aplicações na primeira cultura, caracterizando um efeito residual é suficiente para atingir boa produção de trigo. Assim, a capacidade de suprimento de potássio do solo depende mais de suas características mineralógicas do que do seu histórico de adubações.