Emissões de gases de efeito estufa em resposta ao modo de aplicação de dejetos de suínos e ao uso de inibidor de nitrificação na sucessão trigo/milho em latossolo
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2016-06-22Metadatos
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A emissão de gases de efeito estufa (GEE) em cultivos anuais depende das
condições do solo, clima e do manejo de cada local. Apesar da importância na
produção de grãos e do sistema de plantio direto (SPD) na região Sul do País, o
efeito de práticas agrícolas sobre a emissão dos principais gases de efeito estufa
(CO2, N2O e CH4) ainda é pouco conhecido, sobretudo em Latossolos. Ainda mais
escassos são os trabalhos envolvendo o uso de dejetos líquidos de suínos (DLS)
como fertilizante, a injeção dos DLS ou o uso de inibidores de nitrificação sobre a
emissão de GEE nessas condições. Este trabalho foi realizado com o objetivo de
avaliar a emissão de GEE em um Latossolo representativo do Planaltodo Rio
Grande do Sul, em resposta ao modo de aplicação dos DLS (injeção x aplicação
superficial) associado ou não ao uso do inibidor de nitrificação dicianodiamida
(DCD). Um experimento de campo foi conduzido em um Latossolo Vermelho
aluminoférrico típico, junto ao campus da UFSM em Frederico Westphalen, RS, de
junho de 2014 a abril de 2015 com a sucessão trigo/milho em SPD. O delineamento
experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições dos seguintes
tratamentos: Testemunha (TEST), Adubação Mineral (NPK),Dejetos líquidos de
suínos (DLS) aplicados em superfície (SUP), DLS aplicados em superfície, com
inibidor de nitrificação DCD (SUP+IN),DLS injetados no solo (INJ) e DLS injetados,
com DCD (INJ+IN). As emissões de GEE foram avaliadas através de câmaras
estáticas, com as concentrações de GEE determinadas por cromatografia gasosa. A
maior parte das emissões de CO2 e N2O ocorreu no verão, durante o cultivo de
milho. A aplicação dos DLS aumentou a emissão de N2O em relação tratamento
TEST em cinco vezes, independente do modo de aplicação. Com o uso da DCD as
emissões de N2O foram reduzidas em 50% com a aplicação superficial dos DLS e
em 32% com a sua injeção no solo. O fator de emissão de N2O variou de 0,08 a
0,66%, sendo inferior ao estabelecido pelo IPCC, de 1% do N aplicado. A emissão
de CO2 não foi afetada pela adição de dejetos no primeiro cultivo e sofreu
incremento de até 69% no cultivo de milho, com a maior emissão no tratamento
SUP, indicando efeito aditivo da reaplicação dos tratamentos. O solo atuou como
dreno de CH4 independente do tratamento, com influxo médio de C-CH4 de 277 g ha-
1 no cultivo de trigo e 266 g ha-1 no milho. Os resultados deste trabalho indicam que
a injeção dos DLS em Latossolo, na sucessão trigo/milho em SPD, não aumenta a
emissão de CO2, N2O e CH4 em relação à aplicação superficial e que a adição do
inibidor de nitrificação DCD aos DLS contribui para mitigar as emissões de N2O,
independentemente do modo de aplicação dos DLS no solo.